O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) obteve, na última segunda-feira (29/7), o certificado de Aeronavegabilidade para Voo Experimental (CAVE) para o Micro Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). O equipamento é o segundo VANT civil a obter o CAVE. Além dos VANTs do DNPM e da empresa XMobots, estão autorizados a voar no Brasil somente o VANT da Polícia Federal, que possui autorização especial de voo, e os VANTs de uso militar.
A obtenção do CAVE representa um importante passo para o Projeto VANT, que vem sendo desenvolvido desde setembro de 2011. Vários testes foram realizados até que se chegasse ao modelo certificado. Além de testes em campo, o projeto envolveu o desenvolvimento de metodologias para processamento dos vídeos e fotografias resultantes dos voos e o treinamento de pilotos, considerado um dos pontos mais críticos do projeto.
De acordo com a geóloga Cristina Bicho, coordenadora de Ordenamento da Extração Mineral do DNPM, o projeto é pioneiro em vários de aspectos. “Atualmente, na maioria dos projetos de VANT, que existem no Brasil, as aeronaves são operadas pelos próprios fabricantes, que contam com pilotos dedicados aos projetos e dominam todo o processo de fabricação da aeronave. Além de ser o primeiro órgão da administração pública a obter o CAVE, o DNPM se destaca pelo fato de atuar com uma equipe própria de fiscais, que foi treinada pela UnB e que não possuía nenhum conhecimento prévio em aeronáutica /aeromodelismo”, destacou.
Ainda segundo a coordenadora do projeto, o conceito do projeto esteve focado no desenvolvimento de um VANT simples e eficiente, com baixo custo de aquisição e manutenção. O equipamento desenvolvido pela UnB atende aos requisitos da fiscalização, dentre os quais elencamos o tamanho reduzido para pouso em locais remotos e com substrato rochoso; possibilidade de carregar a base e o aeromodelo em carro de passeio, para os casos onde a fiscalização exigir o flagrante; custo de aquisição baixo; facilidade para manutenção e; motorização elétrica que, por permitir a recarga das baterias nos carros, possibilita a realização de voos durante o dia todo.
Para Cristina, atualmente os desafios do DNPM para a fiscalização com o VANT estão relacionados à operacionalização em campo, muito mais do que ao equipamento propriamente dito. “Nisso inclui-se a necessidade de softwares rápidos e de baixo custo para processamento dos dados no campo; a estruturação de uma base de dados, uma vez que o volume de informações geradas é muito grande; agilidade para percorrer grandes áreas em curto espaço de tempo, visando viabilizar flagrantes; dentre outros aspectos inerentes à atividade de fiscalização”, ressaltou.
Cristina disse ainda que, para vencer estes desafios, a equipe do VANT está buscando viabilizar convênios e acordos de cooperação com institutos de pesquisa, universidades e demais parceiros da administração pública.
“Os testes realizados demonstraram a grande utilidade do VANT nas atividades de fiscalização. A ferramenta tende a ser rapidamente incorporada nas ações de rotina do DNPM, tão logo a fase de testes seja concluída”, afirmou Cristina Bicho, coordenadora do projeto.
Fonte: DNPM
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