O anúncio foi feito pelo diretor da FAO, José Graziano, em Roma, durante reunião com o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek
Um Centro Tecnológico Demonstrativo de Modelos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) deverá funcionar na região de abrangência das ações da FAO e Itaipu no Oeste do Paraná. O escritório descentralizado da FAO, já localizado no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), servirá como a futura sede de referência do centro.
Na prática, o centro abrigará unidades de demonstração nas áreas de energias renováveis, gestão participativa de bacias hidrográficas, plantio direto e agricultura de baixo impacto, educação ambiental, aquicultura, cooperativas e modelos inclusivos de participação social, políticas da agricultura familiar, banco de tecnologias sociais (possível parceria com a Fundação Banco do Brasil), fortalecimento e expansão da Unila – a Universidade da Integração Latino-Americana.
O anúncio foi feito pelo diretor da FAO, o brasileiro José Graziano, na semana passada, em Roma, durante uma das reuniões com a missão encabeçada pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, para divulgar o Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local.
A divulgação e captação de recursos e parcerias para o evento são atribuições do comitê local de organização do Fórum. A iniciativa é ancorada pela Itaipu. O fórum ocorre em Foz do Iguaçu, de 29 de outubro a 1º de novembro.
A agenda na Itália incluiu uma extensa agenda com a FAO, uma das apoiadoras do próprio fórum e parceira de Itaipu em várias outras iniciativas, entre elas o escritório descentralizado no PTI.
A criação do futuro Centro Tecnológico Demonstrativo de Modelos está prevista numa proposta de trabalho. A data de assinatura do acordo ainda não foi definida.
A proposta tem como objetivo promover o intercâmbio de conhecimentos e estimular o desenvolvimento de atividades de cooperação Sul-Sul, como é denominada, com países africanos e latino-americanos, a partir de programas de Itaipu nos mais diferentes segmentos.
Entre eles, estão a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis e o Programa Cultivando Água Boa (CAB), que inclui projetos e iniciativas de ações ambientais sustentáveis em toda a Bacia do Paraná 3.
Com o centro, pretende-se estabelecer um ambiente propício para o diálogo, compartilhamento desde casos de sucesso até a elaboração de propostas que possam se adequar à realidade dos países interessados.
Ainda de acordo com a proposta apresentada pela FAO, o que se busca é construir as condições necessárias para que o conhecimento tecnológico e social desenvolvido por Itaipu e outros parceiros brasileiros possa ser compartilhado, de maneira ampla e compreensiva por outras instituições e países, fortalecendo a relação Sul-Sul, com ênfase para a América Latina e África.
A intenção da Itaipu e da FAO, segundo Samek, é identificar outros parceiros regionais, como cooperativas agropecuárias, prefeituras, Emater, Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento e universidades, entre outros, para que atuem no novo centro de referência de boas práticas – “o que deverá projetar o nosso Estado e a região Oeste no mundo”.
Contrapartida
Por meio do centro, os países parceiros terão acesso a tecnologias, experiências e atividades de capacitação, os quais, conjugados com suas capacidades técnicas locais, contribuirão para o desenvolvimento do país em diferentes níveis. A lista inclui aperfeiçoamento do quadro de profissionais, da infraestrutura técnica e de processos para elaboração e implementação de planos de ação, assim como uma melhor formulação, execução e acompanhamento de programas públicos e projetos, que envolvam parcerias com a sociedade civil e setor privado.
A FAO terá um papel chave auxiliando no processo de articulação com governos e parceiros para garantir a participação de representantes governamentais de alto nível, com grande capacidade de decisão, e representantes de entidades não-governamentais, com grande representação social. Nessa parceria, a entidade também vai disponibilizar o seu quadro de especialistas para ajudar na continuidade e sustentabilidade de atividades futuras.