No próximo dia 7 de outubro, segunda-feira, a partir das 14h, o Arquivo Público do Estado de São Paulo promove o Seminário Internacional Geotecnologias, História e Meio Ambiente. O evento, que reúne geógrafos e historiadores, tem como proposta discutir as ambiciosas perspectivas que se abrem para a História, a partir do uso das novas tecnologias de geoprocessamento de mapas. O seminário também representa o resultado do trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho Hímaco – História, Mapas e Computadores. O grupo reúne funcionários do Arquivo Público e pesquisadores da Universidade Federal do Estado de São Paulo, que recentemente celebrou um convênio com o Arquivo. O objetivo do Hímaco é explorar o uso de tecnologias digitais relacionadas com a cartografia no estudo da história.

Nas últimas décadas, os historiadores vem se apropriando, progressivamente, de instrumentos de outras ciências para as suas pesquisas. Mapas antigos, por exemplo, tem muito a dizer sobre o passado de uma cidade como São Paulo. Mas essa possibilidade se torna mais interessante ainda, quando surgem sistemas de informática que permitem cruzar informações dos mapas do passado e do presente. O estudo da hidrografia e do meio-ambiente, por exemplo, são temas que ganham muito com essas novas ferramentas.

O seminário é focado especialmente no uso dos rios e no meio-ambiente, aborda questões nessa área, explorando-as pelo ângulo das novas tecnologias, e examinando problemas como o das enchentes em diferentes épocas. São Paulo, por exemplo sempre presenciou enchentes; mas estas só começaram a influir no ambiente urbano a partir de fins dos séculos XIX, com a industrialização e urbanização acelerada da cidade. É esse o assunto da primeira palestra do seminário, do arquiteto Gabriel Kogan, sobre A História das Enchentes em São Paulo através dos Mapas. Logo em seguida, Janaína Yamamoto, falará sobre Implementação de Sistema de Informações Geográficas (SIG) em investigações históricas, expondo o projeto piloto do Arquivo e do Hímaco para explorar a história das enchentes de São Paulo com as novas ferramentas da informática como o software gvSIG. E para falar de aplicações dessas ferramentas, a Professora Dra. Maria João Santos, da Universidade de Stanford (EUA) apresentará a palestra Sobre a importância da conservação da água na história das áreas protegidas na California.

As próximas duas palestras voltam a abordar o tema da cartografia histórica: El Uso de los SIG em la integración de cartografia histórica y actual, com vistas a la planificación del território, com a Profª. Dra. Marina Miraglia, da Universidad Nacional de General Sarmiento (Argentina) mostrará o uso da geotecnologia na análise de duas bacias hidrográficas da Província de Buenos Aires. Cartografia colonial brasileira: historiografia, arquivo e diplomacia, proferida pela Professora Dra. Iris Kantor (USP) reconstrói a história da formação do acervo cartográfico colonial, e seu uso por historiadores como Sérgio Buarque de Hollanda e Caio Prado Jr. O evento se encerra com a palestra Água para todos os rumos: os rios como tema de pesquisas históricas, do Prof. Dr. Janes Jorge (Unifesp). Logo após, às 17h30, será aberta a exposição O tempo e as águas: formas de representar os rios em São Paulo, no saguão do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Seminário Internacional Geotecnologias, História e Meio Ambiente – Em 7 de outubro, segunda-feira, das 14 às 17h30, no auditório do Arquivo Público do Estado de São Paulo, à rua Voluntários da Pátria, 596. Entrada livre (não são necessárias inscrições). A pedido dos participantes, podem ser fornecidos certificados. Seguido pela abertura da exposição O tempo e as águas: formas de representar os rios em São Paulo, que fica em cartaz no saguão do Arquivo de 8 de outubro de 2013 até 31 de março de 2014, de segunda a sexta-feira, das 9 às 18h, e aos sábados das 9 às 17h.


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