Os 573 quilômetros de litoral do Ceará passarão por um novo mapeamento, com o objetivo de embasar o trabalho de licenciamento ambiental dos empreendimentos destinados a essa região e de esclarecer sobre as possibilidades de uso e ocupação destes solos. A Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace) homologou licitação que confere à Geoambiente a responsabilidade pela elaboração da reestruturação e atualização dos mapas do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), em um valor de 2,76 milhões de reais.
A Geoambiente Sensoriamento Remoto Ltda, empresa de São José dos Campos (SP), vencedora do certame, terá a incumbência pela confecção do novo documento. Conforme o diretor de Tecnologia da Informação e de Geoprocessamento da Semace, Luiz Correia, o atual mapeamento foi feito em 2006 e, por isso, precisa de renovação. “Entre os diversos componentes ambientais, a zona costeira é a mais dinâmica e a de maior fragilidade. Ela abriga, por exemplo, o ecossistema de dunas. Há dunas móveis, no Ceará, com taxas de migração de até 30 metros por ano”, analisa.
Segundo ele, por conta dessas mudanças, a base cartográfica utilizada para a atividade de licenciamento não é mais completamente confiável. O novo estudo dará uma escala de detalhes maior do que a existente atualmente, passando de um detalhamento de 1:25.000 para um de 1:10.000. “Antes, havia só um zoneamento geoambiental. Agora, teremos um mapeamento de uso e ocupação do solo, de impactos cumulativos e de capacidade de suporte dos ambientes”, afirmou.
Segundo o superintendente da Semace, Ricardo Araújo, o documento tem uma importância que vai além da garantia de maior segurança no processo de licenciamento do órgão. “O governo poderá ter o zoneamento como um documento do Estado para tomada de decisões para políticas públicas”, afirma. De acordo com ele, a empresa deverá entregar o novo mapeamento em um prazo superior a um ano.
Com informações do Diário do Nordeste