A ONU lançou oficialmente nesta terça-feira (3/12), no leste da República Democrática do Congo (RDC), o primeiro Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT ou Drone) em uma de suas missões.

O aparelho, de fabricação italiana, decolou do aeroporto de Goma, capital da província congolesa de Kivu Norte, por ocasião de uma apresentação ante a imprensa na presença do chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Hervé Ladsous, e de vários diplomatas.

A Missão da ONU para a Estabilização da RDC (Monusco) dispõe no momento de dois aviões pilotados por controle remoto. Segundo um especialista militar, os dois drones começaram seus voos teste no domingo.

As aeronaves serão utilizadas para vigiar as ameaças de uma série de grupos armados locais e estrangeiros no leste do país, região rica em minerais.

Os aparelhos, que não possuem armas, permitirão aos capacetes azuis vigiar a província de Kivu Norte, onde ainda estão ativos dezenas de grupos armados que a Monusco deve neutralizar.

Também devem garantir um controle da fronteira entre a RDC e os dois países limítrofes de Kivu Norte, Uganda e Ruanda, para dissuadi-los a dar apoio a algumas milícias congolesas.

A ONU acusa Kigali e Kampala de ter apoiado o Movimento de 23 de Março (M23), derrotado pelas armas no início de novembro. Os dois países desmentem ter ajudado os rebeldes.

Os aparelhos podem voar entre oito e 14 horas seguidas, em área de até 200 quilômetros de distância de sua base.

“Os drones nos permitirão ter informações confiáveis sobre o movimento das populações nas áreas onde há grupos armados”, disse Ladsous, durante o lançamento do drone em Goma, a maior cidade no leste do Congo.

O General Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da força da ONU no Congo, disse que os drones só irão voar sobre território congolês, já que os soldados da ONU não têm mandato para operar em países vizinhos.

As Forças de paz da ONU têm recebido muitas críticas por fazer pouco para acabar com os conflitos no leste do Congo, uma região montanhosa e de floresta densa, que Kinshasa tem lutado para controlar durante duas décadas de conflito praticamente constante.

A implantação dos drones ocorreram depois que a Missão de paz ajudou a derrotar o M23, o principal grupo rebelde em 12 anos de governo do presidente Joseph Kabila.

A vitória sobre o M23 foi a primeira vez que Kinshasa conseguiu derrotar militarmente uma grande revolta no leste. Para tanto, houve um forte apoio da ONU, além de grandes reformas no exército do país e de pressão diplomática intensa sobre os países vizinhos para impedir o apoio dos rebeldes.

Especialistas do Congo e da ONU dizem que o apoio externo para o M23 foi significativo. Após a derrota, investigadores estão analisando a origem de um estoque significativo de armas e caminhões encontrado em bases do M23 ao longo da fronteira com Ruanda.

Os drones deveriam ter sido lançados no início de setembro, no entanto os aviões chegaram somente após a derrota do M23.

Enquanto um acordo político final com o M23 ainda está em andamento, as forças congolesas e da ONU devem voltar suas atenções para outros grupos rebeldes situados no leste do Congo, como o FDLR, da Ruanda, e o ADF- NALU, da Uganda.

Fonte: Voz da Rússia


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