O Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro (COR) é um centro de comando e controle pioneiro no Brasil. Funciona como um “quartel general da Prefeitura”, integrando cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade.
Nesse contexto, é imprescindível dispor de uma tecnologia capaz de integrar dados provenientes de fontes e sistemas diferentes. A plataforma Google Earth Enterprise, disponibilizada pela IPNET Soluções, contribui para a gestão e monitoramento da cidade.
Através dos dados e informações do portal, é realizado o gerenciamento das crises e problemas da cidade, desde a antecipação, redução e preparação até a resposta imediata às ocorrências, como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito.
Em uma entrevista exclusiva ao Portal MundoGEO, Fabio Carneiro, Presidente da IPNET Soluções, explica sobre as características do sistema, comentando sobre sua implementação e os resultados.
MundoGEO: Qual foi a metodologia utilizada para implantação do sistema?
Fabio Carneiro: O sistema do Centro de Operações do Rio de Janeiro foi desenvolvido com base nas linguagens html, javascript/jquery e css. Suas funcionalidades, as quais interagem com o plugin do Google Earth (GE), foram desenvolvidas com base na API do Google Earth disponibilizada pela Google Inc.
MG: Como foi realizada a integração dos dados?
FC: O projeto foi possível graças à colaboração de diversos órgãos no município do Rio de Janeiro, que entenderam a grandiosidade do projeto e ajudaram a padronizar e a validar as informações com a equipe do Centro de Operações. Ao todo, quatro colaboradores da IPNET se dedicaram ao desenvolvimento do sistema, desde o gerenciamento do processo de desenvolvimento até implementação do layout, funcionalidade e documentação.
MG: Quais as plataformas e dados Google que são utilizados?
FC: A base do sistema desenvolvido foi o Google Earth Enterprise e a Google Earth API, plataformas nas quais a IPNET Soluções recebeu o selo de parceira premier da Google (Google’s Enterprise Maps for Business Premier Partner).
MG: Os bancos de dados foram facilmente integrados à plataforma?
FC: Este sem dúvida é um projeto que demandou dedicação. O maior desafio foi integrar informações tão diferentes de forma simples para visualizar e fácil de interpretar. Estamos muito orgulhosos que os resultados demonstrem que o projeto teve êxito. O sistema exibe cerca de 48 camadas de informações espaciais oriundas da integração direta com diversos sistemas paralelos, sendo eles de diversas secretarias e concessionárias, desenvolvidos com fins colaborativos. Além disso, o sistema possui outras 115 camadas estáticas, geradas com objetivo de fornecer dados colaterais para o monitoramento da cidade.
MG: Quais os principais benefícios, a partir deste monitoramento em tempo real, para a população?
FC: A população tem sido a maior beneficiada com a inteligência do sistema. A visualização, em uma mesma interface, de dados de concessionárias e órgãos públicos do município do Rio de Janeiro, possibilita a mitigação rápida, ou até mesmo na prevenção de diversos problemas de segurança, trânsito, saúde, fenômenos meteorológicos naturais, entre outros, que afetam, recorrentemente, os habitantes da cidade. Além disso, a visualização instantânea e integrada entre os diversos dados disponíveis possibilita a elaboração de um panorama geral da cidade, permitindo que os tomadores de decisão (prefeito, secretários, órgãos, entre outros) tracem planos de ação ou planejamento mais rapidamente. É importante ressaltar a utilização do sistema para o planejamento de grandes eventos da cidade, entre os quais: Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, shows internacionais, visitas de chefes de Estado, Rock in Rio e também a Copa do Mundo e Olimpíadas.
MG: Quem são os fornecedores dos dados?
FC: Os fornecedores dos dados exibidos no sistema são concessionárias, secretarias e órgãos públicos que disponibilizam, em tempo real, informações de toda a cidade. Um exemplo são os dados sobre chuvas e cadeirantes. O sistema permite, através da integração de dados, viabilizar atendimento diferenciado em situações de eventos meteorológicos extremos para cadeirantes que estão em área de risco. Um dos elementos mais importantes deste projeto foi integrar estes dados que, reunidos um único local, trazem mais inteligência e rapidez às tomadas de decisão.
MG: Existe possibilidade da população colaborar?
FC: Sim, a população tem sido não somente beneficiada, mas também um agente nos inputs de dados no sistema. Desde julho de 2013, o aplicativo de alertas de trânsito Waze passou a ser utilizado como fonte de dados de trânsito, que possibilita que cidadãos contribuam, em tempo real, com informações de engarrafamentos, retenções e acidentes. Dessa forma, esta camada colaborativa associa-se as demais camadas de informação disponíveis para o monitoramento da cidade.
MG: Quais os próximos passos para aprimoramento do sistema e para o Centro de Operações do Rio?
FC: Existem muitas oportunidades para aprimoramento do sistema. Podemos citar a integração com novas fontes de dados; a criação de novas funcionalidades que permitam aos cidadãos contribuir, em tempo real, para o monitoramento da cidade; entre muitas outras.