Por Leica Geosystems Sudamérica
Zona Costeira Brasileira e Parques Nacionais
A zona costeira brasileira, formada principalmente por sedimentos datados do Período Quaternário, abrange uma área aproximada de 3,5 milhões de quilômetros quadrados e possui cerca de 8.500 km de linha de costa. Apresenta distintas características ao longo de sua extensão e permeia três diferentes biomas, o Amazônico, a Caatinga e a Mata Atlântica, os quais destacam-se por sua elevada biodiversidade.
Com objetivo de preservar as características naturais de diferentes ecossistemas, legalmente se instituem as unidades de conservação. Os parques nacionais se enquadram no grupo de proteção integral, sendo prioritários para a conservação e proteção da fauna, da flora e de outros recursos naturais (rios, lagos, formações rochosas etc).
O Brasil possui 32 parques nacionais de acordo com o ICMBio, incluindo áreas próximas ao Oceano Atlântico, Floresta Amazônica e até mesmo próximos a grandes centros urbanos, como é o caso do Parque Nacional da Tijuca no Rio de Janeiro. Essas áreas podem ser utilizadas para visitação turística (ecoturismo), realização de pesquisa científica e projetos educacionais.
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba está situado na região norte do estado do Rio de Janeiro, abrangendo os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. São 44 km de praias e mais de 18 lagoas de rara beleza cênica e interesse ecológico singular. O Parque também abriga parte do canal Campos-Macaé, construído entre os anos de 1845 e 1875 por mão-de-obra escrava.
A criação do parque, em 1998, teve como objetivo proteger o importante ambiente da Restinga, que conta no seu interior com a presença de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Relacionado a essas características há um grande números de pesquisas científicas em andamento na sua área
O Projeto
As regiões costeiras são áreas de complexa interação entre dinâmica climática, mar e terra, recebendo intensa pressão antrópica há mais de 5 séculos. Ela abriga significativa parcela das atividades econômicas e elevada concentração da população brasileira. Neste ambiente de elevada fragilidade, o desenvolvimento de atividades agrícolas, urbanização e mineração causaram impactos ambientais significativos.
Para tentar minimizar os impactos causados por estes fatores, estudos geomorfológicos consideram como análise a interface entre a natureza e o homem. Aliando técnicas de campo como a interpretação de formas de relevo e processamento de dados da dinâmica socioeconômica de uma área, são propostas medidas mitigadoras que podem auxiliar na estabilidade do sistema natural.
O trabalho realizado no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba se insere no âmbito do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD/CNPq), desenvolvido pelo NUPEM/UFRJ, pela Embrapa Monitoramento por Satélite e NEAL/UNICAMP. Seu objetivo principal foi o levantamento de pontos cotados que servirão de base para a elaboração de um Modelo Digital do Terreno (MDT), importante recurso para análise do relevo. Mapeamentos básicos são gerados para estudos de diagnóstico do meio físico que contribuem para a organização de medidas de gestão do território, minimizando a ocorrência de impactos ambientais através da análise de como se deu o processo de ocupação e dos níveis de vulnerabilidade dessas áreas.
Durante o trabalho de campo, foi utilizado um dispositivo tablet CS25 GNSS. Sua tela ampla facilitou a navegação e localização dos pontos de coleta. Foi utilizada a funcionalidade go to, disponível no software de campo Zeno Field, para encontrar a exata localização desses pontos.
A ida a campo foi realizada sob intensa luz solar, que demandou o uso de um equipamento que suporta altas temperaturas e também totalmente protegido contra água e areia. As informações foram coletadas dentro de uma classe de dados com tipologia do tipo ponto, onde se podem descrever as características de diversos pontos do parque, associando também dados de altitude e fotos.
O usuário foi a campo com pontos já pré-estabelecidos em um arquivo do tipo shapefile e também com uma imagem de satélite do sensor RapidEye, ambos inseridos como plano de fundo no software Zeno Field, e rapidamente carregados através do processador de 1.6GHz, disponível no tablet CS25 GNSS. Em seguida, os dados de altitude serão adicionados no software ArcGIS Desktop ESRI® para a elaboração do Modelo Digital do Terreno (MDT) da área.
Institutos Envolvidos
• Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (NUPEM/UFRJ);
• Embrapa Monitoramento por Satélite;
• Núcleo de Estudos Ambientais e Litorâneos (NEAL/UNICAMP).