Em 9 de fevereiro o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) completou 21 anos em órbita. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o SCD-1 mantém a retransmissão de informações importantes para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

Satélite SCD-1 no Laboratório de Integração e Testes do Inpe - primeiro satélite nacional, lançado em 1993

Embora com limitações, o satélite continua operacional mais de duas décadas após seu lançamento pelo foguete americano Pegasus, em 1993. Na época, o primeiro satélite brasileiro tinha expectativa de apenas um ano de vida útil. Para o INPE, a longevidade do SCD-1 comprova a competência de seus grupos de engenharia, que projetaram os equipamentos, e também das equipes que mantém sua operação no centro de rastreio e controle de satélites do instituto.

O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.

Dados

O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.

As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores eletrônicos para a medição de parâmetros ambientais, como o nível de água em rios e represas, a qualidade da água, a precipitação pluviométrica, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar, entre outros.

O satélite capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.

Da estação de Cuiabá ou de Alcântara, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para o INPE Nordeste, o centro regional do instituto localizado em Natal (RN), onde atualmente está instalado o Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas informações aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br.

O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais conta com uma rede de mais de mil plataformas instaladas e, nos últimos 21 anos, ininterruptamente, tem prestado serviços à sociedade através do monitoramento de parâmetros ambientais nas regiões mais remotas do território brasileiro.

Além do pioneiro SCD-1, integra o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2, lançado em 1998.

Fonte: Inpe