A Nuvem de Pontos em Arquivo – Parte 2
A limitação de hardware, tanto para armazenamento quanto para processamento, hoje é uma realidade. Enquanto nos últimos anos os equipamentos de Laser Scanner 3D terrestre aumentaram a frequência de coleta de alguns milhares de pontos por segundo para 1 milhão de pontos por segundo, os computadores continuam como padrão sendo comercializados com discos rígidos lentos e ainda pequenos para armazenar tanta informação.
Vimos na edição 74 que os arquivos de nuvem de pontos são gigantes e que os fabricantes vêm desenvolvendo formatos proprietários de arquivos para ganhar em performance e, logicamente, buscar fidelidade ao uso de seu software.
A exportação de dados de um formato para outro pode ser um verdadeiro pesadelo, pois além de exigir hardware robusto, consome um tempo precioso de profissionais que devem ser qualificados para tratamento destes dados. A virada de noite de um computador trabalhando numa exportação é atividade rotineira para quem faz registro das cenas num software e extrai informações em outro.
Mas porque exportar de um software para outro software? A resposta é porque os sistemas de processamento e de tratamento de nuvem de pontos não são autossuficientes, com alta produtividade em todas as necessidades de extração de dados.
A realidade de quem trabalha com Laser
Scanner é utilizar vários softwares no dia a dia, em busca de ganho de produtividade. A busca de produtividade no escritório é constante. Ainda é inconcebível que façamos um levantamento em campo num dia e levemos 10 ou até 100 dias no escritório extraindo as informações das nuvens de pontos. A melhoria dos softwares é uma necessidade, tanto em ferramentas como em desempenho.
Um formato de arquivo que vem sendo amplamente usado pela sua performance e tamanho, é o Laser File Format Exchange Activities (LAS). Desenvolvido desde 2003 pela Sociedade Americana de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (ASPRS, na sigla em inglês), o formato LAS busca padronizar arquivos para uso em softwares de laser scanning num formato público. Além de menor e mais ágil, ele também armazena informações adicionais das medições. Uma evolução do formato LAS é o LAZ, que é compactado e permite que softwares o utilizem com performance muito similar ao LAS, sendo significativamente reduzido.
A Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM, na sigla em inglês) desenvolveu o formato E57 que, além de ser bastante reduzido, armazena não somente dados de nuvem de pontos, mas também imagens em 3D.
Arquivos binários permitem maior rapidez nos processamentos e maior capacidade de armazenamento de informações por byte. Já os arquivos de texto são lentos e gigantescos, consumindo grande tempo no seu tratamento.
Veja na tabela a seguir alguns formatos comuns de uso associados a alguns desenvolvedores de equipamentos e softwares:
Cada arquivo possui particularidades que o torna interessante para alguma finalidade. Algumas características que podemos ter nestes arquivos são: coordenadas 3D do ponto; cor RGB do ponto medido; intensidade de retorno do laser; ângulo de incidência do laser; posição e orientação do scanner origem para os pontos; fotografias obtidas pelo scanner; fotografias 3D; e targets identificados para registro.
Rovane Marcos de França
Professor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos
rovane@vector.agr.br