Mapeamento evita acidentes a longo e curto prazo

Redes de água, esgoto, gás, telefonia e energia elétrica formam um verdadeiro emaranhado nos subsolos das cidades. Este é, sem dúvida, um desafio que se impõe a todos os grandes centros urbanos: como gerenciar os milhares de quilômetros de vias de forma ágil e eficaz, agregando informações, diminuindo o risco de acidentes, controlando obras e garantindo o bom funcionamento de serviços essenciais à população.

Para fornecer soluções a questões como estas, a CGI, empresa que oferece soluções e aplicações inovadoras de tecnologias com reutilização inteligente de softwares e produtos comerciais, está desenvolvendo um projeto para consolidar todos os dados de localização das empresas que utilizam o subsolo das vias públicas paulistanas.

Em uma entrevista exclusiva ao Portal MundoGEO, Carlos Xavier dos Santos, Arquiteto de Soluções da CGI, explica as principais características e benefícios deste mapeamento.

MundoGEO: Qual a metodologia utilizada no levantamento? Existe possibilidade da população colaborar?
Carlos Xavier: A solução desenvolvida é capaz de integrar redes de todas as concessionárias de energia, telefonia, água e esgoto e outras empresas que usam o subsolo da cidade. Com estas informações e as solicitações de obras, é possível coordenar as intervenções de forma a reduzir tanto a multiplicidade de obras numa mesma rua em curto período de tempo, como também auxiliar e orientar as empresas para que estejam atentas às interferências em outras redes durantes os serviços de abertura de valas.  As informações destas redes e dos serviços de campo a realizar são fornecidas pelas próprias concessionárias à prefeitura, mas a população poderia ajudar com a identificação de obras realizadas na cidade que podem não ter sido comunicadas à Prefeitura. Isto ajudaria bastante a Prefeitura, tanto na fiscalização quanto no acompanhamento das obras na cidade.

MG: Quais são as vantagens em se utilizar plataformas de geoprocessamento (GIS) neste mapeamento para a população e gestores públicos?
CX: Numa cidade grande e complexa como São Paulo, a administração do uso do subsolo é uma tarefa extremamente difícil e depende fundamentalmente das informações sobre as redes das concessionárias que foram construídas ao longo das últimas décadas. Assim, o acesso ao cadastro das redes das concessionárias é parte fundamental nesta administração e sua visualização geográfica é algo indispensável. Como as concessionárias já mantém hoje seus cadastros em plataforma GIS, todos os recursos do geoprocessamento, tanto de análise quanto de planejamento, podem ser usados para direcionar as intervenções dentro do espaço urbano de forma a reduzir os seus impactos na vida da população.

MG: Quanto aos dados coletados a campo, qual a principal dificuldade enfrentada pela equipe?
CX: O sistema que utilizamos neste momento não está baseado em informações coletadas diretamente em campo, mas acredito que o maior desafio é basicamente financeiro: Os custos de investigação da existência de redes em campo, tanto pela extensão da cidade quanto pela dificuldade técnica da própria coleta de informações que se encontram no subsolo, limitam a ação individual de uma prefeitura em tal levantamento. Este esforço de coleta e manutenção destas informações deve ser um custo arcado pelas concessionárias de serviço público como parte de suas responsabilidades no contrato de concessão.

MG: Este serviço irá evitar acidentes urbanos a longo ou curto prazo?
CX: O sistema que utilizamos atualmente para contribuir com a cidade de São Paulo já contribui para a organização das intervenções e no alerta de possíveis interferências entre as diversas obras executadas pelas concessionárias e certamente evita acidentes urbanos no dia a dia da cidade, a longo e curto prazos.

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