Dois novos projetos foram aprovados pela Embrapa Monitoramento por Satélite em editais competitivos vinculados ao Sistema Embrapa de Gestão e à parceria FAPEMIG/Embrapa. Os resultados foram divulgados no final de junho e abrangem investimentos para fortalecimento da infraestrutura para pesquisa na Empresa e a gestão dos recursos hídricos e desenvolvimento do setor agropecuário mineiro.

Indicadores agrometeorológicos   

Estudar o aperfeiçoamento e a harmonização das formas de uso dos recursos hídricos nos diferentes agroecossistemas de Minas Gerais, visando a redução dos impacto ambientais causados pela expansão da agricultura. Essa é a proposta do estudo “Geotecnologias para aplicações de indicadores agrometereológicos no Estado de Minas Gerais”, aprovado em edital conjunto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Embrapa. A pesquisa pretende associar o uso do sensoriamento remoto com dados agrometeorológicos na determinação e nas análises dos parâmetros relacionados com a produtividade da água de diferentes culturas (bananeira, citros, cana-de-açúcar, café e grãos) em larga escala, bem como da vegetação natural, para subsidiar o manejo racional dos recursos hídricos no Estado.

Segundo o coordenador do projeto, o pesquisador Antônio Heriberto de Castro Teixeira, espera-se que os resultados orientem as partes envolvidas para o melhor aproveitamento da água das chuvas e a minimização das deficiências e dos desperdícios de irrigação, reduzindo o impacto ambiental provocado pela lixiviação de produtos químicos para os rios. A ideia é tomar a região agrícola no Norte de Minas Gerais como área piloto na elaboração e validação dos modelos agrometeorológicos para aplicação em larga escala. “A Embrapa já possuiu na região uma rede de estações agrometeorológicas automáticas para uso dos dados climáticos com sensoriamento remoto por satélites, nos cálculos das variáveis hídricas e de vegetação”, explicou Antônio Heriberto.

A escolha da região se deve à referência de perímetros irrigados em expansão, inseridos na sub-bacia do Médio São Francisco, região em que ocorrem rápidas mudanças de uso da terra, com substituição da “Caatinga” por culturas irrigadas. Os modelos serão posteriormente aplicados para todo o Estado, com auxílio da rede de estações climáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O estudo tem a parceria da Embrapa Milho e Sorgo, Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais (Epamig) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

GeoInfra

A Embrapa Monitoramento por Satélite vai liderar o projeto para viabilizar a implantação da Infraestrutura de Dados Espaciais da Embrapa (IDE-EMBRAPA) e o estabelecimento de um centro de referência, multiusuário, para a obtenção de medidas espectrorradiométricas de alvos de interesse para a agricultura tropical. A proposta foi aprovada no edital Embrapa Infra, voltado ao desenvolvimento institucional, com recursos previstos para a aquisição de equipamentos de ponta e o atendimento a questões estratégicas da pesquisa na Empresa.

A geração de mapeamentos, zoneamentos, monitoramentos e dados geoespaciais são úteis para o planejamento e a gestão de recursos naturais e da agricultura, assim como no apoio para políticas públicas do setor. “A iniciativa vai aprimorar a capacidade de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Embrapa e a organização e compartilhamento do acervo de dados para outros órgãos governamentais e para a sociedade”, ressalta o coordenador do projeto, pesquisador e Chefe-Ajunto de P&D da Embrapa Monitoramento por Satélite, Édson Luis Bolfe. Serão implantadas e consolidadas infraestruturas locais nas unidades da Embrapa Monitoramento por Satélite, Embrapa Informática Agropecuária e Embrapa Solos, integradas à Infraestrutura de Dados Espaciais da Embrapa (IDE-EMBRAPA) e em consonância com as diretrizes da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais do Brasil (INDE).

O projeto prevê ainda a consolidação do Laboratório de Espectrorradiometria da Embrapa Monitoramento por Satélite, que terá como objetivo gerar medidas de componentes bioquímicos em solo e vegetação, estádios fitossanitários de cultivos, relação solo e planta no contexto da medida de gases de efeitos estufa, identificação de cultivares, tipos de solos e demais parâmetros que fornecem embasamento para demandas de alta inovação para agricultura tropical.

Fonte: Embrapa