O governo do Pará vai utilizar um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) para fazer fiscalização mineral no estado. O equipamento, que também é conhecido como drone, foi comprado de uma empresa de São Paulo ao custo de R$ R$ 307 mil para combater o garimpo clandestino: segundo o governo do Pará, existem mais de mil pontos de extração mineral no estado, mas apenas 50 são legalizados.
O drone é do modelo Nauru 500, uma palavra em tupi que significa “bravo” ou “herói”, e foi desenvolvido em 2012 para ser uma alternativa a um aparelho criado em 2004, o Apoena. “O grande diferencial deste aparelho é a capacidade de mapear uma grande área em um curto espaço de tempo, coisa que uma equipe de campo não consegue”, explica Giovanni Amianti, presidente da XMobots, empresa que fabrica o drone e responsável pela engenharia do produto.
Segundo o governo, o drone tem câmeras de alta definição que tambem captam imagens em infravermelho, e serve para mapear as atividades das minas. O Nauru não terá base fixa: ele deve operar em todo estado. “As imagens em alta resolução captadas pelo Nauru permitirão a realização de um cálculo volumétrico que indicará a quantidade exata do que está sendo retirado das minas mensalmente, além de quantificar o volume estocado”, disse Helder Abdon Gaspar, coordenador de Tecnologia de Geotecnologia da ecretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM).
O equipamento é portátil, mas de grande porte se comparado aos demais drones civis. Graças a isso, pode voar em condições adversas, com ventos de 45 km/h e até mesmo chuva, embora este tipo de clima possa comprometer as imagens. “Fazer voos com chuva não vai dar bons resultados. As fotos não saem boas por causa dos pingos, mas é comum o drone decolar, o tempo vira e ele pousa com chuva, tranquilamente”, explica Amiante.
Pioneirismo
Aparelhos com o Nauru já são utilizados para o monitoramento de lavouras em outros estados mas, segundo a fabricante, será a primeira vez que o Vant irá realizar fiscalização minteral. “Com esse diagnóstico feito, poderemos saber exatamente os tipos de metais extraídos e suas concentrações. O Pará está à frente de um projeto pioneiro, que poderá servir de referência para todo o país”, destaca Helder Abdon Gaspar.
O desempenho do Nauru vai depender da habilidade dos operadores, que estão sendo capacitados em São Paulo para pilotar o aparelho. “Ele é um misto de avião e aeromodelo. Os pousos e decolagens são parecidos com aeromodelos, mas o mapeamento é mais próximo da atividade de piloto privado”, define Amianti. Para garantir sua eficiência, o aparelho precisa passar por manutenção a cada 40 horas de voo, com revisões pagas após 200h de operação. “O aparelho tem garantia de 10 anos”, explica o presidente.
Homologação
Antes de decolar, qualquer aparelho precisa ser homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e também pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), já que aparelhos que não são reconhecidos podem operar em frequências com interferência e causar acidentes.
De acordo com o governo, o aparelho já está homologado pela ANAC – ele fopi, inclusive, o primeiro Vant brasileiro de uso civil autorizado pela agência. Com relação a telecomunicações, o fabricante também garante que o equipamento não irá provocar acidentes. “Ele trabalha com uma frequencia distinta, sem risco de interferência”, conclui Amianti.
Fonte: G1
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