Uma parceria entre a Embrapa Monitoramento por Satélite e a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está transferindo uma solução tecnológica desenvolvida para o mapeamento da agricultura de larga escala que oferece vantagens econômicas e de desempenho. A Unidade da Embrapa sistematizou uma metodologia que utiliza de maneira eficiente aplicativos e imagens de satélite que podem ser obtidos sem custos para o usuário e dão ganhos de rapidez na execução dos mapeamentos. Um treinamento está sendo ofertado durante o mês de agosto para estudantes da UFRJ vinculados ao Programa de Engenharia Ambiental na Indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, que atualmente desenvolve projeto para medir a pegada de carbono da cadeia produtiva da soja.
O curso “Interpretação Visual de Imagens de Sensoriamento Remoto”, realizado no modo à distância, está treinando os estudantes a partir da aplicação da metodologia criada pela Unidade da Embrapa. Os participantes estão mapeando áreas de culturas agrícolas temporárias a partir de 10 hectares para todo o estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no ano de 2013 e também microrregiões produtoras de soja de anos anteriores. Os resultados gerados vão beneficiar ainda demandas de projetos de pesquisa da Embrapa.
Os mapeamentos são ferramentas cada vez mais importantes como apoio ao gerenciamento, planejamento territorial e ambiental e na execução de projetos de desenvolvimento econômico. “As dimensões continentais do país e a grande diversidade de culturas agrícolas e outros usos da terra representam um desafio para o trabalho de interpretação de imagens de sensoriamento remoto e mapeamento da agricultura, gerando grandes volumes de dados a serem processados”, explica o pesquisador Luiz Eduardo Vicente. A metodologia foi utilizada no mapeamento de uso e da cobertura da terra do Maranhão, durante a elaboração do Macrozoneamento Ecológico-Econômico entregue para o Estado. “Concluímos em cinco meses, com alta qualidade, um mapeamento que poderia levar mais de um ano para ser finalizado”, destaca Vicente.
A metodologia sistematizada pela Embrapa Monitoramento por Satélite é baseada em software livres e considera o uso de bases preexistentes e imagens disponíveis gratuitamente, como do satélite Landsat. Um banco de dados geográficos foi implementado de forma a permitir o acesso remoto e com segurança às informações disponíveis, que inclui imagens pré-classificadas de acordo com um processo rigoroso de qualidade. Para a classificação das imagens são utilizadas chaves de interpretação desenvolvidas por especialistas da Embrapa que permitem identificar por exemplo áreas naturais, culturas agrícolas, como cana-de-açúcar, soja, milho e arroz, lavouras permanentes, pastagens, silvicultura e áreas sob influência urbana.
O método permite ainda recorrer a informações secundárias para auxiliar a interpretação, como a consulta a imagens de outros satélites de altíssima resolução espacial, como o RapidEye. Todo o trabalho de mapeamento pode ser monitorado e passa, ao final, por um processo criterioso de validação.
Fonte: Embrapa