Pouco mais de um mês após seu lançamento, o satélite Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2) – primeiro satélite da NASA dedicado a medir os níveis de dióxido de carbono na atmosfera – alcançou a sua órbita operacional final e produziu os primeiros dados científicos.
O OCO-2 tem o objetivo de produzir imagens detalhadas das fontes de dióxido de carbono, bem como dos lugares na superfície da Terra, onde o dióxido de carbono é removido da atmosfera. Assim, será possível estudar como estas fontes estão distribuídos ao redor do planeta e como elas mudam ao longo do tempo.
Após seu lançamento, a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia, o OCO-2 passou por uma série de etapas de configuração para as operações de voo. Os controladores da missão estabilizaram a sua orientação no espaço e implementaram painéis solares para fornecer energia elétrica.
No mês de julho, uma série de testes de propulsão foram executados para manobrar o satélite em seus últimos 705 km, se aproximando da órbita em que está a constelação de satélites A-Train, da qual o OCO-2 fará parte.
Os componentes ópticos do aparelho foram resfriados até atingir 6° C, para então trazê-los em foco de modo a limitar a quantidade de calor irradiado, enquanto os detectores do instrumento devem ser ainda mais frios, perto de – 153 °C, para maximizar a sua sensibilidade.
Com o sistema de instrumentos ópticos e detectores perto de suas temperaturas estáveis de funcionamento, a equipe do OCO-2 coletou os dados de teste.
Os dados foram transmitidos a partir do OCO-2 para uma estação no Alasca, e em seguida para a Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, para decodificação inicial, e depois para Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, para posterior processamento. O teste forneceu para a equipe do satélite a primeira oportunidade para ver se o instrumento atingiu a órbita com o mesmo desempenho que tinha demonstrado antes do lançamento.
Como OCO-2 está sobre o hemisfério iluminado da Terra, cada espectrômetro captura um quadro três vezes a cada segundo, para um total de cerca de 9 mil quadros de cada órbita. Cada quadro é dividido em oito espectros, ou assinatura espectral, que registram a quantidade molecular de oxigênio ou dióxido de carbono. Quando exibido como uma imagem, os oito espectros aparecem como códigos de barras – faixas brilhantes de luz, quebrada por linhas escuras finas. As linhas escuras indicam absorção pelo oxigênio molecular ou dióxido de carbono.
Ao longo das próximas semanas, a equipe responsável pelo OCO-2 realizará uma série de atividades de calibração para obter pleno desempenho do satélite. Em paralelo, o satelite gravará e retornará até 1 milhão de observações científicas a cada dia. Estes dados serão utilizados, inicialmente, para testar o sistema de processamento e verificar seus produtos. A equipe vai começar a entregar dados espectrais do OCO-2 para Goddard Earth Sciences Data da NASA e para o Information Services Center, para então distribuir os dados à comunidade científica mundial e às outras partes interessadas antes do final do ano.
Fonte: SpaceDaily