Os VANTs (veículos aéreos não tripulados) estão dominando o setor de levantamento. Entre as vantagens no uso dos VANTs está o de custo operacional, considerado mais barato que o de um levantamento tradicional através de aeronave, e o fato de permitir acesso a locais restritos. As tendências e as tecnologias que envolvem os VANTs estão entre os pontos que serão abordados na conferência INTERGEOque acontecerá 7 de outubro, em Berlim, na Alemanha.

Aibot X6 V2(Imagem: Aibotix)

Jan Denzel, assistente de pesquisa na Universidade de Stuttgart Instituto de Design de Aeronaves (IFB), faz parte do grupo de pesquisa que desenvolveu um helicóptero VANT totalmente elétrico como parte de um projeto financiado pelo BMBF (Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha), para investigar como um VANT deste tipo pode apoiar na gestão de desastres como terremotos ou inundações.

O VANT desenvolvido pela equipe, atualmente, está sendo usado no projeto LIDAR , financiado pela BMWi (Ministério da Economia Federal e Energia). Neste estudo, os cientistas da Universidade de Stuttgart investigam como os UAVs podem ser usados para identificar as melhores localizações para instalação de turbinas eólicas, uma vez que o VANT, sobrevoando o local, coleta dados georreferenciados sincronizando tempo e gravação.

Embora Denzel esteja envolvido basicamente em pesquisas, Jörg Lamprecht, diretor da Aibotix GmbH, ressalta que esses dispositivos carregam câmeras digitais de alta resolução, câmera reflex monobjetiva (single – lens reflex/SLR), câmeras multiespectrais e laser scanner, fornecendo dados de alta precisão que são utilizados em um crescente número de aplicações.

No setor agrícola, por exemplo, as câmeras multiespectrais permitem analisar o estado das culturas, de modo que os agricultores possam agir rapidamente quando necessário. Além disso, os VANTs se destacam no setor de energia e gestão de desastres, por conseguirem ter acesso à lugares que os equipamentos convencionais de levantamento não conseguem.

Os levantamentos produzem fotos, vídeos, ortofotos ou modelos 3D digitais. De acordo com Lamprecht, a Aibotix está, atualmente, trabalhando para melhorar o fluxo de trabalho – desde o planejamento de voo e aquisição de dados durante o tempo de preparação de modelos 3D e sua integração nos sistemas de geoinformação.

Stephan Fick, engenheiro de pós-graduação e Diretor Gerente da div-GmbH, Gesellschaft für Datenverarbeitung, Informationssysteme und Vermessung, acredita que a melhoria na tecnologia VANTs é essencial. “Grande parte do fluxo de trabalho, desde o voo real para preparar modelos digitais de terreno ou ortofotos, ainda não é automatizado”, diz ele, acrescentando que ainda há uma grande lacuna entre a teoria e a realidade na utilização de VANTs para levantamentos.

Fonte: INTERGEO