Em uma análise de dados brutos, estudo lançado no dia 16 de janeiro por cientistas da NASA e NOAA mostra que 2014 foi o ano mais quente já registrado
De acordo com duas análises realizadas a partir da medição da temperatura da superfície terrestre, realizadas por cientistas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA (GISS) e da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), o ano de 2014 foi classificado como o ano mais quente desde 1880. Além disso, as análises mostram que os 10 anos mais quentes já registrados, com exceção do ano de 1998, ocorreram desde 2000.
Segundo John Grunsfeld, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas na sede da NASA em Washington, a tendência observada de aquecimento de longo prazo e o ranking de 2014 como o ano mais quente já registrado reforça a importância para a NASA de estudar a Terra como um sistema completo, e compreender o papel e os impactos da atividade humana.
A temperatura média global aumentou cerca de 0,8 °C desde 1880, sendo que a maior parte deste aquecimento ocorreu durante as últimas três ou quatro décadas. Uma tendência que está em grande parte sendo impulsionada pelo aumento do dióxido de carbono e por outras emissões humanas na atmosfera do planeta.
Apesar de em 2014 as temperaturas apresentassem uma tendência de aquecimento do planeta a longo prazo, os cientistas esperam agora observar flutuações na temperatura média global causadas por fenômenos como o El Niño ou La Niña. Esses fenômenos, esquentam ou esfriam o Pacífico e são considerados por terem desempenhado um papel na tendência de aquecimento de longo prazo ao longo dos últimos 15 anos. No entanto, o recorde de calor de 2014 ocorreu durante um ano de El Niño neutro.
As diferenças regionais de temperatura são mais fortemente afetadas pela dinâmica de tempo do que a média global. Por exemplo, em 2014, partes do Centro-Oeste americano apresentaram um clima ameno, enquanto no Alasca e três estados do oeste – Califórnia, Arizona e Nevada – experimentaram seu ano mais quente já registrado, de acordo com a NOAA.
Cientistas da NOAA utilizaram os mesmos tipos de dados de temperatura mas um período de referência diferente e métodos próprios para estimar as temperaturas globais.
A análise do laboratório da NASA, o GISS, incorpora medidas de temperatura de superfície de 6.300 estações meteorológicas, observações navais da temperatura da superfície do mar e as medidas de temperatura realizadas em estações de pesquisa da Antártida.
Estes dados brutos são analisados usando um algoritmo que leva em conta o espaçamento variado de estações de temperatura em todo o mundo e os efeitos de aquecimento urbano que poderiam distorcer o cálculo.
O resultado é uma estimativa da diferença de temperatura média global a partir de um período de referência de 1951-1980. Este vídeo mostra uma série temporal de médias da temperatura global, mapeadas desde 1880 até 2014, estimado por cientistas do Instituto Godard para Estudos Espaciais da NASA (GISS). É possível acessar o conjunto de medições de temperatura de 2014. A metodologia utilizada para fazer o cálculo da temperatura está disponível aqui.
Fonte: Global Climate Change – NASA