O governo de Rondônia e o Exército Brasileiro lançaram, no município de Vilhena, a Base Cartográfica Digital da Hidrografia do Estado. O sistema é um banco de dados digitalizado, no qual há um suporte de informações mais precisas, que permitirão planejar melhor os investimentos em áreas diversas. Em um primeiro momento o foco principal está na infraestrutura, na logística e no meio ambiente.
O programa foi apresentado no auditório do Ministério Público e coube ao coronel Carlos Cezar São Braz, chefe da 5ª Divisão de Levantamento do Exército, sediada no Rio de Janeiro, explicar o que é esta base cartográfica. Segundo ele, trata-se de uma ferramenta fundamental para o gestor público planejar as ações e que só agora começa a ser utilizada no Brasil.
O oficial explicou que o trabalho teve por base 470 cenas do satélite orbital RapidEye, as quais foram adquiridas para alimentar o programa de cartografia digital. Deste material, outras informações serão geradas e complementadas com dados a serem levantados em campo por servidores da Sedam e militares do Exército.
Os dados finais oferecerão uma visão mais precisa das potencialidades do estado na hidrografia, vegetação e sistema de transportes. Com isto, políticas públicas voltadas para diversas áreas poderão ser definidas. “Este mapeamento trará inúmeros benefícios para o governo de Rondônia e para o país”, atesta o coronel Braz.
Informações
O secretário estadual do Meio Ambiente, tenente coronel PM Vilson Sales, apontou as vantagens da base cartográfica digital para o estado e pediu a colaboração da sociedade, pois funcionários da Sedam e militares visitarão algumas propriedades para coletar dados destinados ao sistema. Ele esclareceu que esta atividade não é fiscalizatória, pois refere-se à busca de informações que alimentarão o banco de dados.
Já o secretário Evandro Padovani, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Reguralização Fundiária – Seagri, destacou que a parceria com o exército proporcionou ao estado economia superior a R$ 20 milhões. Os resultados, segundo ele, são importantes para o licenciamento das áreas rurais e conclusão do segundo zoneamento socioeconômico do estado. “Atualmente, no Cone Sul, ocorrem falhas pela falta de exatidão dos limites do estado de Rondônia com estado de Mato Grosso”, exemplificou.
Segundo Antônio de Melo Lisboa, que é doutor em geociências e atua na Coordenadoria de Geociências da Sedam, o Cadastramento Ambiental Rural (CAR) também será beneficiado pela Base Cartográfica Digital. “O estado vai ter cartografia mais precisa, pois a atual é antiga” disse. Ele acrescentou que o produto poderá ser pesquisado no planejamento de ações de governo futuras.
A base cartográfica digital produzida é composta por cartas ortoimagens e planimétricas e conjunto de dados geoespaciais vetoriais em base contínua. Ela auxiliará o estado de Rondônia na adequação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e também farão parte do acervo contido no Banco de Dados Geográficos do Exército – BDGEx, que é o nó do Exército para disseminação de dados geoespaciais no âmbito da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde).