O pedido de concurso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está caminhando a passos largos no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Desde fevereiro deste ano, a solicitação já avançou diversas vezes internamente na Pasta, sendo que nos meses de maio e junho as movimentações se intensificaram ainda mais.
No último dia 15 de junho o processo foi recebido pelos diretores da Secretaria Executiva – 3/GABIN e, até o momento, está sendo analisado pelo departamento.
Isso significa que provavelmente em breve o MPOG deve divulgar um posicionamento sobre a autorização desse concurso do IBGE, que deve oferecer 660 vagas de níveis médio e superior.
Sobre a solicitação
Em agosto de 2014 o IBGE enviou ao Ministério do Planejamento um pedido para abertura de concurso com 1.564 oportunidades no órgão. Porém, o Instituto afirmou em uma reunião com a ASSIBGE-SN que pretende abrir apenas 660 vagas – 904 a menos do que o esperado, sendo 440 voltadas para o posto de técnico, que exige nível médio, e 220 para profissionais graduados, nas funções de analista ou tecnologista.
Quanto aos locais de trabalho, as vagas seriam lotadas nas agências do Instituto no interior do País e nas sedes estaduais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A redução das ofertas foi considerada “decepcionante” pela ASSIBGE-SN. “Existia uma previsão inicial de abertura de cerca de 1.500 vagas, que ainda assim seriam insuficientes para suprir a defasagem de profissionais do IBGE”, afirmou Matheus Canário.
Os cargos do concurso do IBGE
Ensino médio concluído em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) é requisito para concorrer ao emprego de técnico. A remuneração inicial para esta função parte de R$3.323,91 e chega a R$4.789,78 com as gratificações e auxílio alimentação.
As profissões de analista e tecnologista são destinadas aos candidatos com formação superior em qualquer área de atuação. O salário vigente para ambos os postos corresponde a R$7.039,83, podendo alcançar o valor de R$8.691,63 com as bonificações e benefício de refeição inclusos.
Servidores do IBGE também recebem, como benefícios, além do auxílio-alimentação de R$373,00, auxílio-transporte e assistência à saúde (médica e odontológica), que é opcional e pode ser usufruída por funcionário e seus dependentes.
Defasagem no Instituto
De acordo com a assessoria do IBGE, há uma grande defasagem de pessoal no instituto. As aposentadorias concedidas nos últimos anos fizeram com que, agora, o IBGE enfrente uma falta de pessoal. A informação é também confirmada pelo sindicato. “Temos hoje vários servidores sobrecarregados de trabalho, já que o IBGE faz concursos esporádicos e com vagas insuficientes para repor o quadro”, acrescenta Canário.
Com 578 agências espalhadas pelos principais municípios brasileiros, o IBGE possui aproximadamente 5.760 funcionários efetivos, segundo levantamento de março de 2014. O problema é que, de acordo com Susana Drumond, o atual quadro de pessoal diminuirá drasticamente nos próximos anos, pois quase 70% dos servidores têm mais de 26 anos de tempo de serviço.
Para os cargos com exigência de ensino médio, a situação é ainda mais crítica, já que o índice de funcionários efetivos com mais de 26 anos de serviço chega a 82%.
Fonte: Instituto Geodireito