De 13 a 16 de julho, 75 especialistas de 36 países estarão no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), para uma reunião da Força Tarefa de Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPPC).
Esta Força Tarefa é responsável pelo desenvolvimento de metodologias para estimar emissões e remoções de gases de efeito estufa, produzidas pelo ser humano, relacionadas aos setores de Energia, Processos Industriais, Tratamento de Resíduos, Agricultura e Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas.
São avaliados meios para estimar, por exemplo, as emissões causadas pelo desmatamento e as remoções por reflorestamento. As metodologias devem ser adotadas por todos os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para informar suas emissões líquidas (emissões – remoções).
A reunião que acontece no Inpe abordará os setores Agricultura, Florestas e Outros Usos da Terra e buscará identificar lacunas ou aperfeiçoamentos metodológicos que possam ser tratados a partir de novos conhecimentos.
“É uma reunião de ‘brainstorming’ que sucede outra semelhante ocorrida em Genebra (entre 29 de junho e 1° de julho) que focou especificamente nos setores Energia, Processos Industriais e Tratamento de Resíduos”, informa Thelma Krug, pesquisadora do INPE que copreside a Força Tarefa em Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do IPCC. Ela conduzirá a reunião ao lado de Taka Hiraishi, do Japão, o outro copresidente desta Força Tarefa.
“Nem todas as fontes de emissões e remoções são incluídas nos manuais metodológicos produzidos pela Força Tarefa, pois para algumas delas não há ainda a maturidade científica necessária para propor métodos robustos que possam ser adotados globalmente. O IPCC, nesses manuais, inclui os chamados valores ‘default’ para fatores de emissão, um dos elementos necessários para estimar as emissões líquidas. Desta forma assegura que qualquer país possa implementar os seus manuais metodológicos, mesmo assumindo um grau de incerteza que pode, em alguns casos, ser alto”, explica a pesquisadora do Inpe.
O último conjunto de manuais metodológicos foi produzido e adotado pelos governos membros em 2006, mas somente neste ano foi implementado pelos países desenvolvidos para informar suas emissões anuais junto à Convenção. Há uma série de adaptações necessárias nacionalmente para assegurar que as metodologias sejam implementadas de forma a assegurar a transparência, consistência, acurácia, comparabilidade e completude das informações.
“Este manual de 2006 identificou, na ocasião, algumas fontes para as quais não seria possível apresentar metodologias para aplicação global. Dentre essas, o tratamento de áreas alagadas como manguezais, por exemplo. Assim, em 2013, depois de uma reunião de especialistas coordenada pela Força Tarefa foi produzido um Suplemento ao Manual de 2006 do IPCC, específico para tratar dessa fonte à luz dos avanços científicos ocorridos desde 2006 até 2011, quando o Suplemento foi iniciado”, diz Thelma Krug.