Até bem pouco tempo atrás o interesse civil nas aeronaves não tripuladas em nosso espaço aéreo era sumariamente limitado aos hobistas, com a prática de voos rádio controlados de seus modelos de aviões e helicópteros. Essas práticas aqui no Brasil encontram amparo desde 1999, e sob regras específicas da Portaria nº 207/STE/1999.

Fonte: www.uavinsider.com

 

Há poucos anos, começamos a ouvir de uma forma mais ostensiva o termo “drones” para designar não mais as aeronaves militares não tripuladas, largamente utilizadas pelo governo norte-americano em seus conflitos bélicos, mas sim pequenas aeronaves, de asas fixas e rotativas, que também receberam este nome devido a sua capacidade de realizar tarefas programadas, ou seja, voos autônomos.

Pois bem, qual a diferença entre um aeromodelo e um drone? Além dos sistemas aviônicos bem mais simples, um aeromodelo será utilizado para uso recreativo basicamente, enquanto um drone ou UAV (unmanned aerial vehicle – veículo aéreo não tripulado) pode ser utilizado em diversos tipos de missões ou serviços como busca e salvamento, segurança pública, inspeções industriais, mapeamento, agricultura e daí por diante.

Nosso maior desafio até então era a falta de uma norma voltada especificamente para regular tais atividades, ou seja, aplicações comerciais com drones, sejam eles de asa fixa ou rotativa como os multirotores. Entretanto este desafio já possui dias contados, pois no mês de setembro de 2015 foi aberta consulta pública pela Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), que é o órgão responsável pela regulamentação do setor, para muito em breve termos os enquadramentos necessários às atividades comerciais utilizando os drones ou Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs). Estamos apenas no início do desenvolvimento desta tecnologia e ainda não possuímos o vislumbre de até onde ela poderá chegar. O que sabemos hoje é que os drones podem ser uma ferramenta fantástica em diversas áreas e aplicações em nossa sociedade.

Profissão do Futuro

Fonte: droneblog.com

Então quais profissionais estarão aptos a operar e pilotar estas aeronaves? O mercado certamente precisará de profissionais capacitados, pois os riscos consideráveis em qualquer voo são grandes quando pilotos e operadores não possuem a perícia necessária. Além de considerarmos o custo dos equipamentos, que pode variar de 5 mil a 150 mil reais – ou até mais dependendo do tipo de aeronave e equipamentos embarcados – devemos em primeiro lugar ter em mente o fator humano, pois um drone relativamente pequeno, que pesa em torno de 5kg, caindo de uma altura de 30 metros em cima de uma pessoa, poderá fatidicamente enviá-la a um hospital em situação bastante grave. Desta forma, todo aspirante a piloto UAV, uma das novas profissões da “era dos drones”, deverá se capacitar, adquirindo conhecimento teórico e prático para exercer suas atividades com total segurança e confiança.

Matemática infalível

Estudos realizados por Universidades Norte Americanas especializadas em tecnologia de aeronaves não tripuladas apresentaram um resultado estatístico onde cerca de 80% dos acidentes ocorridos por queda das mesmas se dão por falhas humanas, sejam elas por imperícia, negligência ou imprudência. Os 20% restantes se dão por falha mecânica ou eletrônica oriundas do próprio equipamento. Avaliando essas evidências empíricas, nós em nosso curso na RioDrones, possuímos um conteúdo especialmente voltado para o mercado profissional, no qual o aspirante a piloto recebe conhecimentos específicos sobre fundamentos aeronáuticos, fenômenos meteorológicos, teoria de voo e aerodinâmica, etc., tudo isso antes de ir para a prática propriamente dita.

Consideramos que aqueles que desejam de fato entrar neste segmento profissionalmente, deverão desde o princípio entender a seriedade e os riscos que suas atividades irão envolver, para que, aí sim, possam entender a importância de se buscar escolas sérias e comprometidas com o aprendizado e formação de seus alunos. Pilotar um drone que você compra por 5 mil reais para fazer algumas imagens aos fins de semana certamente é muito divertido, porém quando você está pilotando uma aeronave que custa em torno de 50 a 100 mil reais, garantimos que mesmo com o conhecimento e experiência de anos de voo, a tensão existe. Desta forma cabe a todo piloto ter sempre em mente que uma queda é uma possibilidade em todo voo, e cabe a ele, por obrigação, minimizar este risco ao máximo possível e estar preparado para qualquer emergência.
Então, de que maneira minimizaríamos tais riscos? Primeiramente, disciplina acima de tudo em seu aprendizado e em seus voos. Depois disso, sugerimos alguns itens para seu Check-List antes de qualquer missão:

1. Conheça intimamente os componentes constituintes de sua aeronave
2. Entenda o funcionamento da mecânica e eletrônica envolvida
3. Explore ao máximo as funcionalidades e programações de sua controladora de voo
4. Aprenda sobre fundamentos de rádio frequência
5. Pratique e conheça os limites e potencialidades de sua aeronave
6. Realize antes de cada voo, procedimentos básicos de checagem como:

Fixação de parafusos e hélices
Atenção às condições climáticas
Conferir carga de baterias do rádio e aeronave
Transmissão das imagens
Condições dos motores

7. Faça o reconhecimento do local e o planejamento do voo

8. Execute voos teste

Por fim, em nossa empresa, incorporamos desde o princípio em nossos cursos um conteúdo com enfoque profissional, transmitindo o conhecimento com seriedade e comprometimento.

Acreditamos que a tecnologia dos drones é uma ferramenta fantástica para diversos campos de atuação em nossa sociedade, entretanto, é necessária uma conscientização daqueles que a utilizam e os que a utilizarão, para que o façam com responsabilidade e ética. Hoje, a RioDrones em parceria com a Futuriste oferece cursos com aulas práticas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Conheça mais sobre os projetos da RioDrones e da Futuriste: www.riodrones.org e www.futuriste.com.br

Felipe Calixto Reis
Formação de Oficial R2 do Exército Brasileiro – 1º Tenente de Infantaria – RJ; Graduação em Informática – Universidade Gama Filho – RJ; Técnico Automação Industrial – Núcleo de Ensino Tecnológico – RJ; Certificate in Unmanned Systems Project Management (Certificado em Gerenciamento de Projetos de Sistemas não Tripulados) – Unmanned Vehicle University – Arizona – EUA.
felipekalixto@riodrones.com.br