O Atlas para a Sustentabilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, a mais complexa e populosa do Brasil, com cerca de 20 milhões de habitantes, já está disponível para toda a sociedade via web
O Instituto 5 Elementos – Educação para a Sustentabilidade* lança a versão online do Atlas para a Sustentabilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, a mais complexa e populosa do Brasil, abastecendo aproximadamente 20 milhões de habitantes e que passa pela maior crise de sua história. Coordenada pela educadora e pedagoga ambiental Mônica Pilz Borba**, a publicação é dirigida especialmente aos professores e estudantes do Ensino Médio e universidades das 36 cidades (ver relação abaixo) que compõem a Bacia e tem o objetivo de tornar acessíveis as informações técnicas sobre a sua formação e os planos de gestão da água e resíduos, bem como da vegetação em seu entorno.
A difusão do conhecimento é fundamental para a resolução da crise e preservação desse recurso essencial à vida, acredita Mônica, e para isso é necessário que as informações alcancem mais e mais pessoas. Nesse contexto e para atender a essa demanda, o Atlas foi elaborado numa linguagem mais popular, sem muito tecnicismo, podendo atingir os mais diferentes perfis de leitores “Caprichamos também nos mapas e ilustrações e o visual está bastante atraente, bem diferente dos relatórios técnicos”, diz a pedagoga, também é fundadora do Instituto 5 Elementos, responsável pela edição do Atlas, que levou três anos para ser organizado. O Atlas para a Sustentabilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê pode ser acessado na íntegra no link.
“Com as informações desta publicação, as pessoas podem compreender de onde vem a água que abastece a Bacia, além de conhecer as áreas verdes, parques e Unidades de Conservação. A qualidade das águas é outro ponto de destaque, no qual podemos observar a triste realidade por município em relação a quanto cada um trata seus esgotos”, explica. Segundo Mônica, é nesta Bacia, localizada na região brasileira de maior densidade demográfica, que a população e gestores terão de rever a relação com água.
“O uso do recurso e o modelo de gestão devem ser revistos, pois não podemos continuar a buscar água cada vez mais longe. Temos que cuidar da água aqui mesmo e para isso a informação e mobilização são fundamentais”, diz a coordenadora da publicação, que em seu último capítulo também aponta inúmeras sugestões para a grave crise hídrica pela qual o sistema passa atualmente. “Mas é importante ressaltar que temos que participar e nos mobilizar mais para alcançarmos soluções definitivas para o problema.”
Em uma primeira fase, o Atlas recebeu financiamento parcial do FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Agora, o Instituto 5 Elementos busca novas parcerias para a edição impressa e também para promover lançamentos nos cinco subcomitês da Bacia e no Alto Tietê. “O projeto está em fase de aprovação na Lei Rouanet e, assim que for aprovado, iremos buscar parcerias para a impressão de 7 mil exemplares, que serão doados por meio desses seis lançamentos”, explica Mônica.
Navegando pelo Atlas
O Atlas para a Sustentabilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê trás uma série de atividades para aprofundar o conhecimento da história e geografia dos municípios que a compõem, associadas ao desenvolvimento e à ocupação e uso do solo. Dividido em cinco partes, ele estimula inicialmente que os leitores conheçam a Bacia, propondo “mochila nas costas” e um passeio para conhecer “in loco” a situação da região.
“Nos primeiros capítulos, também trata da disponibilidade e uso da água no planeta, o ciclo d’água, quais são as regiões hidrográficas brasileiras e bacias do estado de São Paulo e Alto Tietê, a relação da água e saúde, como funcionam os sistemas de tratamento da água e esgoto, além de se inteirar sobre como acontece o atual modelo de gestão participativa e os principais problemas que estamos enfrentando na atualidade. São conhecimentos básicos para que os leitores compreendam os demais temas”, diz Mônica.
Segundo a pedagoga, a segunda parte está recheada com mapas e textos de apoio sobre a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e suas cinco sub-bacias limites: Cabeceiras, Billings-Tamanduateí, Juqueri, Cantareira e Cotia, Guarapiranga e Pinheiros-Pirapora. “Para onde correm as águas, como se formam nossos reservatórios, que mananciais nos abastecem, sistemas de captação e transposição das águas entre bacias, enquadramento dos corpos d’água, tratamento da água e esgoto em cada um dos 36 municípios são as temáticas predominantes nessa parte”, explica.
A importância da vegetação e das Unidades de Conservação na Bacia e nas sub-bacias contextualizam a terceira parte e a quarta apresenta a situação do tratamento dos resíduos sólidos, contemplando ainda a nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos no Brasil e os desafios para ser implantada. “Um Caderno de Atividades direcionado para professores do Ensino Médio e universidades, com uma série de sugestões sobre como promover o tema em seus grupos e práticas a serem adotadas para o uso responsável desse precioso recurso natural para que seja preservado, completa o Atlas”, diz a pedagoga.
Compõem a Bacia as cidades de Arujá, Barueri, Biritiba Mirim, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo, Suzano, Taboão da Serra, Juquitiba e São Lourenço da Serra.
O Atlas para a Sustentabilidade Ambiental da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê pode ser acessado na íntegra no link.