Reservatórios vazio, severos racionamentos de água e apagões elétricos são o novo status quo nas principais cidades do sudeste do Brasil, onde a pior seca em 35 anos tem atingido a região. Um novo estudo da NASA estima que a região perdeu uma média de 15 trilhões de litros de água no período 2012-2015 .
Augusto Getirana, um hidrólogo no Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, analisou a quantidade de água subterrânea armazenada e em rios em todo o Brasil, entre o período 2002-2015, para compreender a profundidade da atual seca.
“As questões que conduzem este trabalho são: quanta água está faltando de cada região e quando a seca começou?” disse Getirana. Os resultados foram publicados no Journal of Hydrometeorology.
Para respondê-las, o hidrólogo usou dados dos satélites GRACE da NASA. Constituído por um par de satélites orbita, os satélites detectam mudanças no campo gravitacional da Terra. Alterações do campo de gravidade são causadas pelo movimento de grandes massas de gelo e água – incluindo água nos rios e águas subterrâneas, o que permite aos cientistas rastrear as secas.
Os dados, obtidos durante 13 anos, fornecidos pelo GRACE, mostram a distribuição de água em todo o Brasil. O que está em azul indica aumentos na água, ocorrendo principalmente nas regiões ocidentais do Brasil na floresta tropical. Enquanto isso, o que está em vermelho, são as regiões onde o volume de água reservada diminuiu, ocorrendo principalmente no norte e sudeste. No início da coleta de dados, em 2002, o Brasil estava saindo de uma seca que começou em 2000.
O sudeste do Brasil foi a região mais atingida por condições de seca, disse Getirana. Para piorar a situação, o Brasil depende de rios que alimentam reservatórios e barragens que geram cerca de 75 % da energia elétrica para o país.
“Um grande número de reservatórios e barragens do Brasil atingiram os níveis mais baixos de água desde 2005”, disse Getirana. Por exemplo, o sistema de reservatório de água Cantareira, que fornece água para 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo informou que, até setembro de 2014 armazenava apenas 10,7 % de sua capacidade total.
Leia o documento no Journal of Hydrometeorology
Para obter mais informações sobre a missão GRACE da NASA, acesse o site.