Para verificar a trajetória da lama provocada pelo rompimento das barragens do Fundão e de Santarém, em Mariana (MG), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) analisou imagens de satélites com o auxílio do HAND – um modelo digital de terreno que pode mapear áreas de risco e de vulnerabilidade a desastres naturais.

Desenvolvido no INPE, o HAND considera a direção local de fluxo para representar o caminho da água no terreno até a drenagem mais próxima. Os valores do modelo estão relacionados à profundidade do lençol freático e podem ser aplicados para inferir a variação de tipos de vegetação e a vulnerabilidade à inundação, entre outras aplicações.

Imagem do satélite americano Landsat-8 obtida no dia 12 de novembro mostra alteração na reflectância das áreas atingidas pelo material liberado pela barragem. Para a análise comparativa, foi utilizada uma imagem gravada no dia 5 de outubropelo satélite sino-brasileiro CBERS-4 (em fase de comissionamento).

As imagens do CBERS-4 e do Landsat-8 foram processadas no SPRING, sistema de informações geográficas do INPE, e o modelo do HAND exportado em formato GeoTIFF pelo TerraHidro, software também desenvolvido no Instituto. Confira abaixo os resultados.

Antes

magem do satélite CBERS-4 do dia 5 de outubro. Sobre esta imagem, o HAND está representado por curvas de nível a cada 5 metros (5 metros-vermelho; 10m-amarelo; 15m-laranja; 20m-verde; 25m-azul; e 30m-ciano).

 

Depois

Imagem do satélite Landsat-8 do dia 12 de novembro. Pode-se observar que nos locais próximos à barragem e sobre o distrito de Bento Rodrigues os rejeitos (em tons avermelhados) atingiram áreas localizadas entre as curvas de nível de 15 e 20 metros. O modelo HAND sobre um SRTM de 1 arcosegundo indica áreas que podem ser atingidas por eventos similares.

 

Fonte: Inpe