Imagens do satélite Aqua, da Nasa, geradas nos dias 14 e 15 deste mês na foz do Rio Doce, no Espírito Santo, confirmam a tendência observada nas últimas semanas em relação ao deslocamento dos rejeitos de mineração decorrentes do desastre da Samarco, em Mariana (MG). A parte da pluma situada mais ao sul, hoje a 60 km a leste de Vitória (ES) tende a se afastar da costa brasileira, enquanto a parte localizada mais ao norte, a cerca de 20 km da foz, se aproxima do litoral.
Segundo Natália Rudorff, pesquisadora do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a tendência é que a pluma siga em direção ao sul ou, com menos intensidade, a sudoeste. Frentes frias poderiam estimular um deslocamento no sentido norte, mas fenômenos desse tipo costumam ser menos frequentes nesta época do ano. Natália também explica que a geografia do litoral brasileiro também contribui para que a pluma não fique tão próxima à costa.
O coordenador do Núcleo de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da Superintendência do Ibama em São Paulo, Claudio Dupas, diz que o acompanhamento da situação por imagens de satélite e sobrevoos diários não permite prever com segurança o destino que a pluma terá nas próximas semanas. Há três variáveis que podem influenciar o deslocamento: direção e velocidade dos ventos, correntes marítimas e vazão na foz do Rio Doce.
Uma das principais preocupações dos pesquisadores neste momento é o nível de turbidez da água no mar, que pode se intensificar com o aumento das chuvas na bacia do rio.
Fonte: IBGE