Debates e artigos especiais analisam como o planeta vai entrar no “cheque especial” dos recursos naturais

O Museu do Amanhã inicia uma série de atividades e conteúdos com o objetivo de chamar atenção para o Dia da Sobrecarga da Terra 2016. A data marca o momento em que a demanda anual da humanidade sobre a natureza vai além do que o planeta pode regenerar. O nosso planeta vai entrar no vermelho, no “cheque especial”, quase cinco meses antes do fim do ano, no dia 8 de agosto.

Para ressaltar a urgência dessa dívida, o Museu acaba de disponibilizar em seu site (www.museudoamanha.org.br) uma seção especial sobre o Dia de Sobrecarga da Terra. Serão publicados artigos, informações e infográficos sobre os impactos dos humanos no planeta.

Entre os especialistas que vão escrever os artigos, estão Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, e José Graziano, diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Além disso, uma versão especial para o vídeo exibido no átrio do Museu mostrará um mapa-múndi diferente: países com seus tamanhos redimensionados, representando as suas pegadas ecológicas, ou seja, a taxa de uso dos recursos naturais por habitante.

Luiz Alberto Oliveira, curador do Museu do Amanhã, avalia que debater esse marco é muito importante para um espaço que se propõe a discutir os amanhãs. “É um sinal de alerta, como se o planeta fosse um paciente e a febre aumentasse pouco a pouco. É fundamental a divulgação desse entendimento de que estamos usando os recursos naturais em escala maior do que o planeta é capaz de regenerar. O Dia da Sobrecarga da Terra é um importante termômetro de nosso metabolismo”, alerta o físico.

Podemos virar esse jogo?

Buscando soluções para a sobrecarga do planeta, o Museu do Amanhã também realizará debates sobre o tema. No dia 29 de julho, às 15h, o advogado e ambientalista Fábio Feldman, responsável pela maior parte do capítulo ambiental da Constituição de 1988, convida o público a pensar sobre o consumo consciente, na palestra “Podemos virar esse jogo? Superconsumo e limites do planeta”, no Observatório do Amanhã. O evento é gratuito e, para participar, basta se inscrever no site do Museu.

Devemos pensar sobre o que cada um de nós pode fazer. Acho que há, sim, uma tendência de mudanças. Em São Paulo há uma juventude que está valorizando a bicicleta como meio de transporte. Em 1998 fui participar do programa do Serginho Groisman, e levei uma super vaia ao defender o uso da bicicleta em centros urbanos. Hoje, certamente não seria vaiado”, conta Feldman.

No dia 8 de agosto, o jornalista André Trigueiro, especializado em sustentabilidade, estará no Museu do Amanhã para ressaltar que o Dia da Sobrecarga da Terra vem chegando cada vez mais cedo desde que começou a ser calculado, em 2000, quando aconteceu em outubro.

Geotecnologias e  Sustentabildiade

Uma importante aliada para a gestão sustentável são as geotecnologias. São ferramentas essenciais para o monitoramento das mudanças de uso da terra, planejamento da paisagem, serviços ambientais, impactos das mudanças climáticas e preservação da biodiversidade.

As geotecnologias possibilitam a análise e percepção espacial dos fenômenos naturais, a projeção e visualização de cenários futuros e cruzamento de informações quantitativas e qualitativas, servindo de apoio para a tomada de decisões com relação às paisagens e sua conservação, as implicações na elaboração de políticas públicas pelos governos, além da interação com outras áreas do conhecimento.