Internet das Coisas, popularização da impressão 3D, Movimento Maker, novas formas de licenciamento de softwares. Em seu evento anual, a Autodesk antecipa o futuro com novidades para o setor de Geotecnologia. Confira o que vem por aí…
As maneiras de imaginar, projetar e produzir estão mudando mais rápido do que nunca, mas será que os profissionais do setor de Geotecnologia estão acompanhando este ritmo?
Nos dias 13 e 14 de setembro aconteceu em São Paulo (SP) o Autodesk University Brasil e o portal e revista MundoGEO esteve lá – a convite da empresa – para conferir as novidades, representado pelo seu editor, Eduardo Freitas.
O AU Brasil chega à sua 6ª edição acompanhando as tendências tecnológicas e as melhores práticas nas indústrias de atuação da Autodesk, que inclui desde Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) até Infraestrutura, passando por BIM e Games.
Além das mais de 50 palestras com especialistas das indústrias, fóruns de liderança e empreendedorismo, o AU Brasil ofereceu oportunidade de certificação e treinamentos hands-on, além de networking e exploração de tecnologias da Autodesk e de seus parceiros estratégicos na exposição de produtos e serviços, que contou com empresas como Faro, HP, TLMV e Frazillio & Ferroni.
“Este foi o segundo ano em que a TLMV Consultoria e Sistemas – que faz parte da rede de desenvolvedores da Autodesk – participou com um estande no evento Autodesk University Brasil”, comenta Luiz Marcio Viana, Diretor Técnico da TLMV. “O evento surpreendeu pela organização e qualidade das palestras que foram oferecidas, além de ter sido uma grande oportunidade para compartilhar informações e para conhecer um pouco mais do que está sendo realizado no Brasil e no mundo com o uso das tecnologias da Autodesk”, conclui.
“Nos 6 anos que participo da Autodesk University Brasil, tenho visto este evento se tornar o principal ponto de encontro dos profissionais das áreas de projeto e design que serão os primeiros a enxergar as possibilidades reais de empregar as mais inovadoras técnicas disponíveis em seu ramo de atuação”, é o que comenta Vitor Silva, Diretor da Arsenal Technology, uma desenvolvedora autorizada da Autodesk especializada em soluções para o mundo dos projetos. “Assim como nos anos anteriores, na AU deste ano tivemos a experiência do aprendizado por ‘osmose’, que é o contato direto que as palestras nos dão com os maiores especialistas do mercado brasileiro em suas respectivas áreas. Levamos para este evento o desafio de convencer a todos que não estamos exagerando quando usamos a palavra Revolução e mostramos isso não pelo que podemos fazer, mas pelo que já fizemos”, comemora.
A Frazillio Ferroni – revenda Gold e Centro de Treinamento Autorizado da Autodesk – trouxe neste ano diversas novidades em seu stand. Os visitantes que passaram por lá tiveram a oportunidade de ver modelos de projetos em realidade virtual através de cardboards e interagir com projetos feitos no novo software da Autodesk – o Autodesk Live –, a partir de uma workstation da HP – a Z1 All-in-One.
“A cada ano é possível verificar uma maior qualidade e maturidade das palestras, e nesse ano foi excepcional. Foi muito gratificante para a Frazillio Ferroni ver muitos de seus clientes apresentando seus casos de sucesso e saber que ela fez parte dessa história”, comenta o representante da Frazillio Ferroni. “Um ponto de destaque foi ver como a tecnologia une os diferentes segmentos de mercados, de acordo com as suas necessidades e seus diferentes níveis de aplicação – desde empresas que ainda estão iniciando na implantação do BIM até empresas que estão propondo metodologias mais sofisticadas para melhorar a eficiência e a qualidade de seus projetos –, mostrando claramente como está caminhando o processo BIM no país”, conclui.
Entrevista com especialista em Geo na Autodesk
O portal e revista MundoGEO entrevistou Cristina Randazzo, Gerente Sênior de Especialistas Técnicos para a América Latina da Autodesk. Confira:
Eduardo Freitas: Que novidades para área de Geotecnologias foram apresentadas no AU Brasil?
Cristina Randazzo: A Autodesk está investindo em tornar as ferramentas de Geo – que antes eram complexas -cada vez mais acessíveis. A principal solução apresentada é o InfraWorks 360, solução em nuvem que permite criar modelos 2D e 3D, inserir seus próprios dados e fontes externas, fazer análises, além de trabalhar também as opções de projetos e estudos de cenários de uma forma simples e fácil. Por exemplo, ao construir uma rodovia, pode-se desenhar diferentes traçados para o cálculo de corte e aterro. Outros exemplos são simular a orientação de um edifício – ainda na fase de pré-projeto – para estudos de insolação, fazer estudos complexos de mobilidade e de tráfego, entre outros.
EF: Quais são os novos formatos de licenciamentos de produtos e como eles foram absorvidos pelos clientes?
CR: O processo de transição das licenças perpétuas para assinaturas já foi concluído. Agora os clientes podem, por exemplo, fazer uma assinatura de um mês até três anos, o que oferece flexibilidade, menor investimento inicial, entre outros benefícios. Hoje, temos várias soluções na nuvem, como por exemplo o próprio InfraWorks 360, o BIM 360… O poder computacional da nuvem permite fazer simulações e otimizações. Os clientes viram de uma forma muito positiva esta transição, já que muitos trabalham de forma orientada a projetos, então isto os permite ajustar a assinatura para cada projeto. E os recursos da assinatura proporcionam tecnologia mais contínua para os clientes. Antes, a atualização era anual e hoje, na nuvem, é possível atualizar em tempo real a solução para o cliente.
EF: No AU Brasil se falou muito de Movimento Maker, impressão 3D, que estão relacionados ao setor de veículos aéreos não tripulados. A Autodesk tem alguma iniciativa na área de Drones? E na área de escaneamento a laser?
CR: A Autodesk tem uma área de pesquisa e desenvolvimento muito forte e está trabalhando com drones há vários anos. Fazendo o link com Scanner 3D – que pode ser usado, por exemplo, tanto para manufatura como para infraestrutura -, os drones são vistos como uma ferramenta que pode ser aplicada em vários mercados, não somente para Geo. Sobre Laser Scanning, a Autodesk conta com a solução Recap 360, que já está pronta para trabalhar com bilhões de pontos 3D, também na nuvem.
EF: O setor de Geotecnologia não fica um pouco “escondido” em meio a tantas soluções da Autodesk? A empresa não se assumiu – ou não quer se assumir – como uma empresa do setor de GIS?
CR: A Autodesk divide as soluções em três verticais: AEC (onde entra o Geo), Manufatura e Mídia/Entretenimento. A vertical de AEC abarca Edificações, Infraestrutura, Utilities, etc.. O Geo não é considerado como um fim em si, mas sim como um meio para desenvolver projetos, como por exemplo de Infraestrutura.
EF: Então, no futuro o setor de Geotecnologia tende a “sumir”?
CR: Eu faço um paralelo com o advento do GPS, pois hoje estamos todos geolocalizados. Da mesma forma, o Geo hoje faz parte do dia-a-dia de qualquer pessoa. Antes, só grandes empresas tinham acesso, e hoje temos mapas na palma da mão. O mundo se tornou georreferenciado.
Veja mais na próxima edição (88) da revista MundoGEO. Enquanto isso, confira aqui a versão digital da MundoGEO edição 87.