Grandes empresas como Microsoft e Gartner participaram de evento do Sistema Fiep em Curitiba para falar sobre a quarta revolução indústrial. Entenda qual a relação da Indústria 4.0 com os setores de Geotecnologia e Drones
Voltado para industriais, empreendedores e interessados em tecnologia e inovação industrial, a Jornada para o Mundo Digital aconteceu nesta quarta-feira (16/8) no Campus da Indústria do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), em Curitiba, com objetivo de aprofundar conhecimentos e mostrar como a Indústria 4.0 impacta no progresso do setor industrial.
O editor do MundoGEO, Eduardo Freitas, esteve presente a convite da organização do evento.
Durante o evento, foram apresentadas experiências globais e também de indústrias instaladas no Brasil que já implantaram processos alinhados com a indústria 4.0. Elas fazem parte de um grupo de empresas que já compreendeu os ganhos de competitividade trazidos por esta nova forma de produção, como Microsoft, Kick Ventures, Whirlpool, Gartner, entre outras.
Cassio Dreyfuss, Vice-presidente de pesquisa do Gartner, abriu o evento dizendo que “Digital Future” não é fazer mais do mesmo, mas sim algo diferente. Apresentou mudanças que estão acontecendo na educação e um novo conceito de “classe”, baseado nos interesses dos alunos e não em idade ou até mesmo localização. Comentou cases como o da Embraer, que usa inteligência coletiva a partir de dados de cada piloto e aeronave. Na área de gestão destacou as diferenças entre o modo tradicional e o novo, e ressaltou a importância de tratar os recursos humanos levando-se em conta que, hoje, as pessoas não ficam confinadas em “caixas” e assumem vários papéis na empresa. Por fim, mostrou qual a relação da rotina e dos trabalhos manuais com a automação e finalizou dizendo que, se a primeira revolução industrial levou uma geração pra se ajustar, agora na era digital vai levar menos de cinco anos.
Rafael Lucchesi, Diretor de educação e tecnologia da CNI, complementou dizendo que a quarta revolução industrial vem aí e não deve ser evitada. Mostrou os planos do SENAI de implementar centros de pesquisa & desenvolvimento compartilhados e, dentre as tendências, destacou os carros autônomos e toda a cadeia de produção e os benefícios associados – inclusive para o setor de Geotecnologia, já que esses veículos precisam de mapas de altíssima resolução.
Para fechar a manhã, Paula Bellizia, Presidente da Microsoft Brasil, comentou que, num futuro próximo, todas as empresas serão digitais, que o mercado avança mais rápido que a regulamentação – como já pode-se constatar no setor de drones – e que empregos vão sumir, mas tantos outros serão criados. Trouxe uma reflexão de que “se você não está, neste exato momento, pensando a disruptura do seu negócio, alguém está em uma ‘garagem’ agora fazendo isso”. Também ressaltou a importância das profissões ligadas a ciências de dados, pois nas empresas falam que “dado não é um problema”, pois o problema é extrair informação dessa imensa quantidade de dados para a tomada de decisão.
Praticamente todos os palestrantes e debatedores concordaram que o principal concorrente não está do lado do empreendedor, mas sim “lá fora”, pois a inovação está acontecendo globalmente e, quando uma tecnologia disruptiva chega, acaba rapidamente com mercados já consolidados.
Indústria 4.0
Uma pesquisa realizada em 2016 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – que ouviu 2.225 indústrias de todos os portes – mostra que mais da metade delas ainda não utiliza nenhuma das tecnologias digitais que são característica da indústria 4.0 – como automação digital sem sensores; prototipagem rápida ou impressão 3D; utilização de serviços em nuvem associados ao produto; ou incorporação de serviços digitais nos produtos.
Os avanços tecnológicos das últimas décadas trouxeram novas formas de interação entre as diferentes etapas dos processos produtivos.
Como resultado, surgiu o conceito de Indústria 4.0, que é a integração digital de toda a cadeia de valor dos produtos industriais – deste o desenvolvimento até o uso – e envolve ainda a criação de novos modelos de negócio, produtos e serviços.
Também conhecida como quarta revolução industrial, a Indústria 4.0 não se resume apenas a fábricas mais inteligentes. Nela, a participação do consumidor na aquisição de produtos e serviços será maior e a interconexão entre os artigos trará mudanças na venda, produção, entrega e uso das mercadorias. Tudo isso exige que sejam repensados processos, custos, projetos, qualidade e a forma de negociar.
Vem aí uma nova era para as Geotecnologias & Drones!
Fotos: Agencia Fiep