As novas tecnologias e a oferta de soluções digitais para quem trabalha no campo e com o agronegócio foram destaque nos painéis e apresentações dos pesquisadores, empreendedores e grandes empresas no primeiro dia da Digital Agro, feira inédita voltada exclusivamente para a inovação agropecuária. O evento, que acontece até sexta, 22/9, em Carambeí, nos Campos Gerais do Paraná, é promovido pela Frísia Cooperativa Agroindustrial e tem como objetivo aproximar as novas tecnologias digitais do produtor e da cadeia do agronegócio.

(Renato Greidanus - Presidente da Frísia Cooperativa Agroindustrial)
(Renato Greidanus - Presidente da Frísia Cooperativa Agroindustrial)

“A automação e a digitalização de dados está cada vez mais presente no nosso cotidiano’, disse Renato Greidanus, presidente da Frísia na abertura oficial do evento. “E nosso papel, o papel das cooperativas, é trazer essa tecnologia para a prática, aproximá-la do campo”, afirmou. Na mesma direção, o gerente técnico da Fundação ABC, Luís Henrique Penckowski, diz que “é impressionante a oferta de produtos de tecnologia digital disponíveis hoje para o agricultor. Entramos definitivamente na era do algoritmo e do georreferenciamento estatístico”. Para o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, “não basta existir, toda essa tecnologia devem estar em condições de uso, e as cooperativas podem fazer isso primeiro”.

 

Automação, Robótica e Sustentabilidade

A automação e a utilização de robôs no setor agropecuário já é uma realidade. Segundo dados da Federação Internacional de Robótica, cerca de 35 mil robôs devem chegar aos campos do mundo até 2019. De acordo com o professor e pesquisador da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, Rafael Vieira de Sousa, o mercado de robótica deve movimentar US$ 74 bilhões por ano, entre os usos industriais e de serviços, o que inclui o uso na agropecuária.

Com plateia lotada, o setor de máquinas agrícolas também se fez presente na Digital Agro. O norte-americano Robert Zemenchik, gerente global de Agricultura de Precisão da Case IH, mostrou o “trator autônomo” que deve chegar ao mercado em aproximadamente dez anos, com a possibilidade de trabalhar 24 horas por dia, sem operador. Logo em seguida, o diretor de Marketing da New Holland para a América Latina, Eduardo Kerbauy, mostrou os avanços na utilização de combustíveis alternativos, com o trator movido a metano que está em testes na região dos Campos Gerais. Além de aproveitar os dejetos orgânicos produzidos dentro da própria fazenda, esse trator não gera emissões de CO2, consegue economia de 30% de combustíveis e redução de 50% de ruídos na cabine do operador Brasil. Assim, o trator movido a metano representa um passo importante na implantação de um modelo de agronegócio autossustentável.

O primeiro dia de painéis da Digital Agro contou ainda com a apresentação de Rafael Martins Garcia, da DeLaval, empresa pioneira no desenvolvimento de robôs para a pecuária. “A região dos Campos Gerais está na dianteira na robotização leiteira”, afirmou. Atualmente, a Frísia Cooperativa Industrial tem um projeto pioneiro com um robô sendo utilizado em uma das suas propriedades cooperadas.

Créditos: Rodrigo Covolan