Um equipamento portátil, instalado em bicicletas, e que coleta informações em tempo real pelas ruas da cidade: esse é o B1K3Lab, uma das novidades do Desafio Intermodal de Curitiba.
O protótipo de laboratório móvel foi desenvolvido por alunos do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, que participam do projeto de extensão Ciência Para Todos. O equipamento monitora parâmetros ambientais e o comportamento do trânsito.
O laboratório móvel sobre rodas será instalado na bicicleta de um estudante da UFPR que integra o projeto e deve fornecer informações importantes em diferentes pontos da cidade. Os outros participantes do desafio serão monitorados por meio de um aplicativo – o ForTrack – personalizado para o evento e também desenvolvido pelos alunos.
“Teremos uma TV na praça Santos Andrade mostrando em tempo real a posição de cada participante. Um banco de dados será gerado para certificar o tempo e a rota de cada indivíduo e analisar as diferenças entre os modais utilizados”, afirma o coordenador do projeto, professor André B. Mariano.
A base de dados deve subsidiar pesquisas relacionadas aos efeitos dos índices na saúde do usuário e da população local, além de permitir traçar rotas mais seguras ou com menor nível de poluição. A ideia é que os dados ainda sejam utilizados para o planejamento urbano.
O protótipo foi construído com sensores de baixo custo e é capaz de registrar dados como temperatura, umidade e distância de ultrapassagem de veículos. O coordenador também explica que será possível criar mapas interativos que indiquem os locais mais seguros para pedalar na cidade em função do horário e do dia da semana.
Os desenvolvedores da plataforma estarão presentes tanto no Centro Politécnico (ponto de partida), como na Praça Santos Andrade (local de chegada do desafio) para tirar dúvidas dos participantes e exibir o funcionamento em tempo real do aplicativo.
O Desafio
O 11º Desafio Intermodal de Curitiba reunirá cerca de nove modais de transporte na sexta-feira (29) para avaliar a forma mais eficiente de se locomover pela cidade no horário de pico, entre 18h e 19h.
O desempenho é calculado pelos quesitos: tempo de deslocamento, custos para o usuário e emissão de poluentes. A média dos dados coletados indicarão qual o modal mais eficiente.
O evento é promovido pelo Programa Ciclovida da Universidade Federal do Paraná. Os participantes sairão do Centro Politécnico às 18h. Haverá uma parada intermediária na UTFPR e depois o grupo seguirá em direção ao Prédio Histórico da UFPR, na praça Santos Andrade.
Cada desafiante pode escolher o caminho, mas deve passar obrigatoriamente pelo ponto intermediário. Cerca de 40 pessoas participarão do processo.
O percurso tem aproximadamente 10 quilômetros. Ao final, os participantes responderão um questionário sobre a experiência, avaliando pontos da infraestrutura urbana, como ciclovias, iluminação pública, sinalização, calçadas, congestionamento e educação no trânsito.
O coordenador do projeto, professor José Carlos Belotto, destaca que o desafio provoca discussão na sociedade. “As últimas edições mostraram que os meios alternativos e sustentáveis são bem competitivos com os meios habituais. O evento é importante por promover esse debate sobre a mobilidade urbana”, diz.
A metodologia do desafio é também conteúdo de disciplinas dos cursos de graduação em Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da UFPR, além de ser utilizado pela rede municipal como ferramenta para o ensino de ciências.
Foto: César Brustolin / SMCS