Em 2015, a taxa de saída das empresas (relação entre o número de empresas que fecharam e o total) foi de 15,7%, ou seja, caiu 5,0 pontos percentuais em relação a 2014, quando apresentou o maior valor da série (20,7%). A taxa de entrada (relação entre o número de entradas e o total) também caiu de um ano para o outro (15,9% para 15,6%). Este é o sexto ano seguido que a taxa de entrada cai, atingindo o menor valor da série.

Assim, como ocorreu em 2014, o saldo de empresas, registrado pela diferença entre entradas e saídas, foi negativo, resultando em um decréscimo de 5 mil empresas. Apesar de menos empresas terem saído do mercado em 2015, o pessoal ocupado assalariado caiu 4,5%, o que equivale a 1,6 milhões de postos a menos. Esta foi a primeira queda no pessoal assalariado desde o início da série, em 2008.

Este ano, o estudo analisou a mobilidade das empresas sobreviventes por porte, mostrando que houve aumento de participação na faixa de 0 pessoas ocupadas, de 38,5% para 40,2%, e decréscimo de participação nas outras 3 faixas (1 a 10, 11 a 50 e 50 ou mais).

Em 2015, 37,8% das empresas que nasceram em 2010 ainda estavam ativas no mercado. Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais (54,8%) e atividades imobiliárias (50,8%). Já a taxa de sobrevivência do comércio está entre as mais baixas no período (36,1%).

O comércio também foi a atividade que apresentou tanto os maiores ganhos como as maiores perdas em pessoal ocupado assalariado provenientes dos movimentos de entrada e saída de empresas em 2015. A atividade revelou, contudo, ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com um saldo positivo de 101,1 mil pessoas.

Além disso, mais de 30% dos novos empregos foram gerados nessa atividade, que concentrou 239,5 mil das 777,8 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2015.

Esses são alguns dos resultados do estudo Demografia das Empresas 2015, que, com base nas informações do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, permite analisar a dinâmica empresarial através de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado, pessoal ocupado assalariado, estatísticas das empresas de alto crescimento e gazelas (empresas de alto crescimento com até oito anos de idade no ano de referência) além de indicadores relativos às unidades locais das empresas e atividades.

Veja a publicação completa do estudo aqui.

Taxa de entrada cai pelo sexto ano consecutivo e é a mais baixa da série

Em 2015, 708,6 mil empresas entraram no mercado, em um universo de 4,6 milhões de empresas ativas, o que representa uma taxa de entrada de 15,6%. Esta é a sexta queda consecutiva na taxa de entrada, atingindo o menor valor da série.

Já a taxa de saída, após subir em 2014 e atingir o maior valor da série, voltou a cair em 2015, passando de 20,7% (944,0 mil) para 15,7% (713,6 mil).  Ainda assim, o saldo no total de empresas ficou negativo pela segunda vez seguida, registrando um decréscimo de 0,1% no número de empresas (5,0 mil a menos).

A taxa de sobrevivência, por sua vez, foi a maior da série, e registrou valor de 84,4%, representando 3,8 milhões de empresas que continuaram ativas de 2014 para 2015.

 

Número de empresas e respectivas taxas, por tipos de eventos demográficos – Brasil – 2008-2015
Ano Tipos de eventos demográficos
Ativas Sobreviventes Entradas Saídas
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
2008 4 077 662 3 188 176 78,2 889 486 21,8 719 915 17,7
2009 4 268 930 3 322 254 77,8 946 676 22,2 755 154 17,7
2010 4 530 583 3 531 460 77,9 999 123 22,1 736 428 16,3
2011 4 538 347 3 666 543 80,8 871 804 19,2 864 035 19,0
2012 4 598 919 3 738 927 81,3 859 992 18,7 799 419 17,4
2013 4 775 098 3 903 435 81,7 871 663 18,3 695 748 14,6
2014 4 557 411 3 831 140 84,1 726 271 15,9 943 958 20,7
2015 4 552 431 3 843 787 84,4 708 644 15,6 713 628 15,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2015.

Por atividade econômica, 12 das 18 seções mostraram queda na taxa de entrada, entre 2014 e 2015. As maiores taxas foram observadas em atividades imobiliárias (22,3%); eletricidade e gás (22,2%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (21,5%). As menores foram registradas em indústrias de transformação (11,4%); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (13,8%) e indústrias extrativas (14,4%), que são as atividades que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência de empresas: 88,6%, 86,2%, 85,6%, respectivamente.

Já em relação à taxa de saída, todas as atividades tiveram queda. As maiores foram observadas em informação e comunicação (21,1%); construção (19,7%) e outras atividades de serviços (17,7%). As menores, em saúde humana e serviços sociais (9,9%); educação (12,8%) e indústria de transformação (13,3%).

 

Pessoal assalariado nas empresas cai pela primeira vez desde 2008

Na comparação com 2014, o total de pessoal assalariado caiu 4,5%, com 1,6 milhão de pessoas a menos, apesar da queda da taxa de saída das empresas. Esta foi a primeira queda no pessoal assalariado desde o início da série, em 2008. As entradas acrescentaram 777,8 mil pessoas assalariadas e as saídas representaram uma queda de 492,1 mil. Já as empresas sobreviventes concentravam 32,8 milhões de pessoas assalariadas.

Assim, 97,7% do pessoal ocupado assalariado estava nas empresas sobreviventes e 2,3%, nas empresas entrantes. Já as empresas que saíram do mercado levaram o correspondente a 1,5% do pessoal assalariado.

 

Número de pessoal ocupado assalariado e respectivas taxas,
por tipos de eventos demográficos – Brasil – 2008-2015
Ano Tipos de eventos demográficos
Ativas Sobreviventes Entradas Saídas
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
2008 26 978 086 26 160 232 97,0 817 854 3,0 414 908 1,5
2009 28 238 708 27 373 575 96,9 865 133 3,1 452 208 1,6
2010 30 821 123 29 797 370 96,7 1 023 753 3,3 363 848 1,2
2011 32 706 200 31 726 069 97,0 980 131 3,0 410 407 1,3
2012 33 915 323 32 964 847 97,2 950 476 2,8 453 082 1,3
2013 35 050 524 34 162 830 97,5 887 694 2,5 524 159 1,5
2014 35 220 894 34 373 780 97,6 847 114 2,4 525 652 1,5
2015 33 623 393 32 845 567 97,7 777 826 2,3 492 182 1,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2015.

 

Em 2015, aumenta a participação de empresas sem pessoal assalariado

Em 2015, analisou-se também a mobilidade por porte das empresas sobreviventes de 2015 em comparação com 2014. De um ano para o outro, houve aumento de participação na faixa de 0 pessoas ocupadas, de 38,5% para 40,2%, e decréscimo de participação nas outras 3 faixas (1 a 10, 11 a 50 e 50 ou mais).

Em 2015, o total de 40,2% de empresas na faixa de 0 pessoas era composto por 34,5% de empresas que já pertenciam a essa faixa em 2014, acrescido de 5,5% de empresas que antes pertenciam a faixa de 1 a 10 empresas e de 0,2% de empresas que migraram da faixa de 11 a 50 pessoas.

Já o total de 49,0% na faixa de 1 a 10 era resultado dos 43,4% de empresas que já estavam nessa faixa em 2014 somado a 3,9% de empresas que cresceram e saíram da faixa de 0 pessoas em 2015, juntamente com 1,7% de empresas que pertenciam em 2014 a faixa de 11 a 50 pessoas e que diminuíram de tamanho em 2015.

Mais de 30% dos novos empregos foram gerados no comércio

Do total de 777,8 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2015, 239,5 mil (30,8%) foram provenientes de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 97,7 mil (12,6%) de construção e 93,9 mil (12,1%) de alojamento e alimentação.

Já em relação ao total de 492,2 mil assalariados das empresas que saíram do mercado, 138,4 mil (28,1%) estavam no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 105,2 mil (21,4%), nas indústrias de transformação; e 66,6 mil (13,5%), na construção.

O comércio foi a atividade que apresentou tanto os maiores ganhos como as maiores perdas em pessoal ocupado assalariado provenientes dos movimentos de entrada e saída de empresas em 2015. A atividade revelou, contudo, ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com um saldo positivo de 101,1 mil pessoas. O comércio representa 44,0%(2,0 milhões) do total de empresas e também se destacou em relação ao número absoluto de empresas que entraram (276,0 mil), saíram (311,5 mil) e sobreviveram (1,7 milhões), representando, respectivamente, 39,0%, 43,6% e 45,0% do total das empresas para cada movimento.

 Menos de 38% das empresas sobrevivem após cinco anos de atividade

Do total de 733,6 mil empresas que nasceram em 2010, 551,2 mil (75,1%) sobreviveram em 2011; 461,5 mil (62,9%), até 2012; 395,4 mil (53,9%), até 2013; 326,8 mil (44,6%), até 2014; e 277,2 mil (37,8%) sobreviveram até 2015. Assim, após cinco anos da entrada no mercado, verifica-se que menos de 38% das empresas entrantes em 2010 sobreviveram até 2015.

Observou-se também uma relação direta com o porte: empresas com mais pessoas ocupadas tendem a permanecer mais tempo no mercado, enquanto nas faixas de menor porte as taxas de sobrevivência são menores. Após cinco anos da entrada no mercado, a sobrevivência foi de 31,3% nas empresas sem pessoal ocupado assalariado; 57,8% na faixa de 1 a 9 pessoas e, na faixa de 10 ou mais pessoas ocupadas, foi de 67,1%.

Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais ( 54,8%), e atividades imobiliárias (50,8%). Já a taxa de sobrevivência do Comércio esteve entre as mais baixas no período (36,1%).

Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas de sobrevivência

As 4,6 milhões de empresas ativas, em 2015, tinham 5,0 milhões de unidades locais ativas, das quais 50,5% estavam localizadas na região Sudeste; 22,3%, na região Sul; 15,3%, no Nordeste; 8,2%, no Centro-Oeste; e 3,6%, na região Norte. Do total de unidades locais, 4,2 milhões eram sobreviventes em relação a 2014 (84,4%), 776,3 mil (15,6%) foram entradas e as saídas totalizaram 780,7 mil (15,7%) de unidades.

As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de sobrevivência, 85,9% e 84,9%, respectivamente, acima da média nacional (84,4%). Em contrapartida, as maiores taxas de entrada e saída foram observadas no Norte (20,1% e 17,7%), Nordeste (17,7% e 15,9%) e Centro-Oeste (17,5% e 16,3%), assim como as menores taxas de sobrevivência (79,9%, 82,3% e 82,5%, respectivamente).

As Regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores percentuais de pessoal assalariado pela criação de novas empresas, representando 48,1% e 21,2%, respectivamente, do total vinculado às entradas no mercado em 2015.

Dentre as unidades da federação, os destaques foram São Paulo (28,6%), Minas Gerais (9,0%) e Rio de Janeiro (8,8%). As menores participações em pessoal assalariado foram observadas em Roraima (0,2%), Amapá (0,3%) e Acre (0,4%).