Encontro local teve 180 participantes de vários estados e contou com mostra de drones, cursos e um seminário onde especialistas debateram temas relacionados aos modelos de negócios, cadeia produtiva do setor, aplicações e legislação. Próximo grande evento será de 15 a 17 de maio na capital paulista
Nos dias 6 e 7 de dezembro, a capital paranaense recebeu o Dronegócios Meeting Curitiba, um encontro na FIEP que contou com seminário, cursos e mostra de tecnologia. No primeiro dia do evento, o foco foi o mapeamento e o processamento de imagens de drones. Já no segundo, destaque para a agricultura e as tendências do setor.
“O perfil profissional e geográfico dos participantes foi bem variado, o que mostra a diversidade de profissionais com interesse no setor vindos de vários estadados do cejgtro Oeste, Sul e Sudeste”, comenta Emerson Granemann, diretor da MundoGEO, empresa organizadora do evento. “Estiveram presentes desde cartógrafos e agrimensores, até administradores e biólogos, provenientes de vários tipos de empresas públicas e privadas”, conclui.
O requisito básico para uma boa Cartografia é contar com informações de qualidade, e os drones vieram para trazer agilidade, alta precisão e abundância de dados. No dia 6 de dezembro, a comunidade teve a oportunidade de aprender como fazer mapas com drones para diferentes aplicações, conhecendo em detalhes as especificações das aeronaves, tipos de sensores e softwares de planejamento da missão e pós-processamento de dados. O instrutor foi Danilo A. Rodrigues, diretor técnico e fundador da empresa GeoSurv Engenharia e Geomática, empresa provedora de serviços na área de Agrimensura e Cartografia.
Paralelamente, aconteceu o curso sobre processamento de imagens obtidas com drones. Para se trabalhar com imagens aéreas, além da escolha do Drone ideal para cada tipo de aplicação é essencial eleger o sensor e os softwares adequados para o sucesso do seu processamento. Neste curso, os participantes conheceram os processos envolvidos e as características dos principais softwares de processamento de imagens de drones, com o instrutor Francisco Nogara Neto, empresário sócio fundador da Agropixel empresa start up, especializada na análise de dados e imagens para o agronegócio.
“Muitos participantes do curso de processamento de imagens não sabiam da comparação entre uma câmera digital e analógica, com rolling shutter ou global shutter”, comenta Nogara.
Até mesmo o setor agrícola vem sofrendo com a atual crise econômica. Logo, é fundamental a otimização de recursos através da diminuição dos custos e maximização da produção. A Agricultura de Precisão é a ferramenta mais eficaz para obter estes resultados, e os Drones podem – e devem – ser aliados nessa tarefa. No curso do dia 7 de dezembro, também com o instrutor Francisco Nogara, os alunos aprenderam como aproveitar ao máximo o potencial dos drones no setor agrícola.
No mesmo dia, aconteceu em paralelo um seminário que apresentou um raio X da cadeia produtiva do mercado de Drones, um resumo da regulamentação e como está sendo feita a orientação, fiscalização e punição das operações irregulares. O evento destacou os recursos da inteligência embarcada que qualificam os drones e apresenta resultados e o potencial das aplicações nas áreas de mapeamento, agricultura, inspeções de infraestrutura, filmagens profissionais e tendências.
Na abertura do seminário, Emerson Granemann apresentou números do setor, como por exemplo as 700 empresas cadastradas. Já Tagore Cauê Cardoso – CEO da DroneMapp – mostrou algumas tendências, como por exemplo a de que empresas não comprem mais drones, mas aluguem drones. Também comentou que no mercado estão surgindo profissionais altamente qualificados com o diferencial de piloto de drone, e que no ecossistema das empresas, as que antes faziam tudo agora estão se especializando.
Já no painel sobre regulamentação, estiveram presentes representantes de vários setores que trouxeram óticas diferentes, desde o Direito até a Segurança Pública e os Seguros: Eduardo Alexandre Beni, Coronel RR PMESP e editor do site Piloto Policial; Fabio Crema, Diretor B2F Drones; Andrei Osinaga Terres; da Kumode e Terres Sociedade de Advogados; e Ivo Ferreira, Diretor da Magicel – Seguros concordaram que nossa legislação é robusta e que busca a segurança jurídica e operacional, mas que ainda há muito a avançar.
Sobre pilotagem e capacitação, a agilidade em formar profissionais para um setor que cresce cada vez mais rápido foi a tônica, no debate onde estiveram presentes Alexandre André de Oliveira Pires, Professor no curso de Especialização em RPAs da PUCPR; Marcio Vieira, Coordenador do curso de piloto profissional em RPAs do Centro Europeu, e Luiz Balcewicz, Coordenador do curso de Especialização em RPAs da PUCPR.
Mas não é somente para mapeamento e inspeções que servem os drones. Para falar sobre como drones podem salvar vidas, novamente esteve a disposição do público para responder perguntas Eduardo Alexandre Beni, além de Rodrigo Sagaseta, Gerente de Tecnologia da Dahua Technology. Foram mostrados exemplos de drones levando desfibriladores e também boias para apoiar o trabalho de salva-vidas.
No painel sobre mapeamento, um Engenheiro Cartógrafo e um Agrimensor demonstraram os ganhos de produtividade e corte de gastos quando se usa uma aeronave remotamente pilotada. Leandro Rosso, Diretor da Santiago & Cintra Paraná, mostrou vantagens em relação à topografia e imagens de satélites, enquanto Danilo Rodrigues, Diretor da Geosurv, comentou que os drones não estão tirando empregos, mas sim gerando produtos melhores.
Em relação à Agricultura, Giovani Amianti, Diretor da Xmobots, mostrou números e resultados práticos em diferentes áreas, desde floresta e agricultura até pecuária e meio ambiente. Já George Longhitano, Diretor da Gdrones, complementou com outras aplicações, como inventário por exemplo.
Para quem pensa que filmagem é algo “simples” com drones, o painel sobre o tema mostrou que, para a área profissional, é preciso capacitação e investimento em equipamentos e softwares.
Fábio Osternak, Diretor da ArteFilmes e ClipDrones, falou como dá para fazer filmagens dentro da legislação e comentou sobre o show do Ozzy Osbourne, na Pedreira Paulo Leminski, no qual foram feitas imagens sem sobrevoar nenhuma pessoa. Por sua vez, Alexandre Scussel, Diretor da AK Drones, reforçou a importância de fazer voos em duplas, principalmente quando for necessário um operador para o drone e outro para a câmera. Já em relação a inspeções de obras, Paulo Amorim, Gerente de Soluções em Sensoriamento Remoto da Santiago & Cintra, mostrou diferentes aplicações e resultados.
E para fechar o evento, foi trazido um tema de grande impacto na sociedade como um todo e no setor de drones em particular: a inteligência artificial. Houve uma participação especial a distância diretamente dos Estados Unidos do brasileiro Samuel Salomão, Fundador da Startup SMX Systems, que mostrou a evolução dos drones para delivery desde 2013, quando a Amazon apresentou seu primeiro protótipo, até hoje, quando já estão sendo feitas entregas de remédios em países africanos. Complementou o tema Tiffany Cunha de Jesus, Advogada associada do escritório Pereira Gionédis Advogados e autora de livro sobre os aspectos jurídicos da inteligência artificial autônoma, bem como Michel Sehn, Diretor da 4Vants, empresa focada em oferecer para o setor de drones soluções de inteligência artificial, machine learning, blockchain, entre outras.
DroneShow 2018
Já está marcado para 15 a 17 de maio o próximo grande encontro do setor, o DroneShow 2018. A expectativa é superar os 3 mil participantes da edição deste ano. A grade traz novos conteúdos, horários diferenciados e proporciona muitas facilidades e descontos para o participante que antecipar sua inscrição nas atividades do evento. Confira a programação completa.
A feira será uma atração à parte para os participantes nos cursos e seminários. Na edição anterior, o DroneShow teve mais de 3 mil participantes e 42 expositores. Confira os destaques da última edição:
Fonte: Dronegócios