Equipe conquistou o terceiro lugar ao desenvolver um sistema que traça rotas inteligentes para modais de transporte
Dois estudantes do quinto ano do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) destacaram-se no evento HACKEMTU, maratona de tecnologia voltada para a mobilidade urbana, realizada nos dias 6 e 7 abril, no Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A equipe em que Kamila Kotsubo e Vinicius Orsolon competiram conquistou a terceira posição. O HACKEMTU foi realizado a partir de uma parceria entre a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o ELAB – Experimentos em Transportes, a Youth for Public Transport Foundation (Y4PT) da Divisão América Latina da União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), a Unicamp e a Scipopulis, empresa de inovação com foco em cidades inteligentes.
O que mais motivou Kotsubo a participar do evento foi a possibilidade de unir a base teórica da parte de transportes da Engenharia Civil ao desenvolvimento tecnológico da área da Computação. “A Computação poderia sim desenvolver coisas sem a Engenharia. A Engenharia poderia sim desenvolver coisas sem a Computação. Mas unir as duas áreas com certeza pode gerar melhores frutos”, avalia a estudante, ressaltando que estas são as duas áreas contempladas na maratona.
Outras motivações apontadas por Kotsubo foram “o aprendizado rápido que ocorre nesse tipo de evento, o contato entre estudantes de diferentes instituições, a proximidade com grandes mentores das áreas envolvidas, a possibilidade de criar soluções reais para problemas também reais, as palestras, bem como as 35 horas que durou todo o processo, desde o planejamento até pensar em como apresentar a ideia e realizar um pitch (discurso para venda de um produto ou para atrair investidores)”.
As equipes foram formadas durante o evento, de modo que os próprios participantes escolhiam o grupo do qual fariam parte. Além de Kotsubo e Orsolon, também integraram a equipe Chan Ken Chen, Gustavo Aguiar e Nilson Furquim, graduandos em Ciência da Computação na Universidade de São Paulo (USP), Campus São Carlos.
A equipe desenvolveu o protótipo de um sistema batizado de “Poolblic”. “Durante uma palestra, nos deparamos com o resultado de uma pesquisa que indicou que há 20 anos o número de passageiros de transporte público no Brasil diminui. A partir disso, lançamos uma pesquisa na Internet, por meio da qual tentamos compreender os motivos das pessoas não utilizarem o transporte público. Depois, pensamos em como solucionar as dificuldades apresentadas e desenvolvemos o sistema”, relembra a estudante de Engenharia Civil.
O “Poolblic”, basicamente, traça rotas inteligentes para modais de transporte privados e públicos em conjunto, apresentando tempo e custo para cada opção de rota. Os algoritmos são utilizados para escolher as melhores rotas e quais modais utilizar. Entre os modais envolvidos, a ideia é mesclar para que seja aproveitado o melhor de cada um deles para realizar a execução da viagem da melhor maneira para o usuário.
Por exemplo, na cidade de São Paulo, quando as vias estão engarrafadas, a opção pelo ônibus pode ser melhor que a do carro, sendo que o resto do caminho pode ser feito com um modal complementar, como Uber ou bicicletas compartilhadas. Assim, o sistema visa otimizar o tempo de viagem com a integração dos modais e dar liberdade de escolha das rotas para o usuário de acordo com o valor que ele está disposto a pagar e com o tempo que ele está disposto a gastar com isso.
A aluna da Engenharia Civil da UFSCar recomenda a participação de alunos neste tipo de evento. “Nós estamos inseridos no mundo e devemos, como profissionais e cidadãos, utilizar o que temos de melhor, como o nosso conhecimento técnico e criatividade, em prol da comunidade como um todo”, opina.
A docente do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar Thais de Cassia Martinelli Guerreiro, que, junto com o docente Fernando Kideki Hirose, também do DECIv, apoiou e auxiliou com ideias de temas para a participação dos estudantes no evento, destaca os resultados obtidos. “Avalio a participação dos estudantes da UFSCar como sendo altamente produtiva. Através desta participação eles conseguiram ver a aplicação de muitos conceitos e teorias vistos em sala de aula. Além disso, também foi possível que eles tivessem contato com empresas do setor de transporte público e conhecessem a variedade de dados existentes e disponíveis para a realização de estudos no setor, e como é importante todo esse conhecimento para a melhoria da mobilidade urbana para todos”, afirma.
Geotecnologias Disruptivas
A inovação disruptiva está relacionada a um produto ou serviço que cria um novo mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam.
É geralmente algo mais simples, mais barato do que o que já existe ou algo capaz de atender um público que antes não tinha acesso ao mercado. Em geral, começa servindo um público modesto até que abocanha todo um segmento.
No seminário Geoinformação & Disrupção, que será realizado no dia 15 de maio em São Paulo (SP) na abertura do MundoGEO#Connect 2018, especialistas estarão reunidos para debater estas tendências e desvendar os melhores caminhos para as empresas do setor continuarem a prover soluções para uma cadeia consumidora corporativa da análise geográfica cada vez mais ampla e exigente.
Veja a programação completa e confira como foi a última edição, que contou com mais de 3 mil participantes:
Nos vemos lá!