Estudo foi realizado com dados do satélite da missão GRACE, que tem participação das missões espaciais da NASA e da Agência Espacial Alemã
Pela análise de informações enviadas por vários satélites e de modelos numéricos, uma equipe de pesquisadores franco-brasileira conseguiu estimar a fração de águas subterrâneas da Bacia Amazônica, compreendendo sua relação com as águas superficiais, o que poderá determinar a capacidade de resiliência da bacia durante períodos de seca prolongada.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador francês, Fabrice Papa – do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (Institut de Recherche pour le Developpement – IRD), com equipe integrada pelo hidrólogo Javier Tomasella, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações- e de pesquisadores do Laboratório de Geofísica Espacial e Estudos de Oceanografia da França (LEGOS). Contou, também, com a participação de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
A pesquisa estimou a evolução temporal do armazenamento de águas subterrâneas da Bacia Amazônica no período 2003 até 2010. As análises mostraram as variações sazonais da água estocada na Bacia Amazônica e as relações com o armazenamento de água subterrânea. Foram observadas fortes variações no armazenamento de água subterrânea ao longo dos anos, em resposta a eventos hidrológicos como, por exemplo, a seca extrema que ocorreu em 2005.
“Uma vez que a Bacia Amazônica está sujeita à variações na quantidade de chuva de um ano a outro, reservas de água subterrânea são fundamentais para a regulação hidrológica da bacia.”, afirma o pesquisador Javier Tomasella, do Cemaden, informando que foi utilizado os dados enviados por satélites para estimar as águas superficiais nos rios e nas planícies de inundação.
A quantidade total de água estocada na bacia hidrográfica foi estimada usando o satélite da missão GRACE (Recuperação Gravitacional e Experimento Climático), que tem a participação das missões espaciais da NASA e da Agência Espacial Alemã. “Como os modelos numéricos permitem estimar a umidade contida nos solos, por uma simples subtração, pudemos deduzir a parcela das águas subterrâneas e suas variações mensais, de janeiro de 2003 a setembro de 2010.”, explica o pesquisador francês Fabrice Papa do IRD.
“Pode-se observar que as variações sazonais do armazenamento de água subterrânea representam entre 20 e 35% das variações sazonais do volume de armazenamento de água terrestre da Amazônia.”, aponta Tomasella. Explica que esses cálculos hidrológicos diferem de uma área para outra na Bacia Amazônica e o estoque total das águas terrestres dependem das chuvas.
“Em áreas com menos planícies de inundação, como as bacias do Solimões, Xingu e Tapajós – onde a água superficial tem pouca variação – a água subterrânea é a principal fonte de variabilidade no estoque total de água terrestre.”, destaca Tomasella.
O artigo científico intitulado “A variabilidade espaço-temporal do armazenamento de águas subterrâneas na bacia do rio Amazonas” (The spatio-temporal variability of groundwater storage in the Amazon River Basin), foi divulgado pela Revista IRD (Institut de Recherche pour le Developpement). Também teve publicação na revista científica internacional da Elsevier Science Direct.
Com informaçõs da Ascom/Cemaden
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