Por Eugenio Singer*
A evolução da mineração passa obrigatoriamente pela indústria 4.0 e pela internet das coisas. Para alcançar a melhoria operacional, as mineradoras modernizam suas minas e utilizam cada vez mais as soluções em Smart Mining, ou seja, da mineração inteligente, para maximizar resultados, reduzir perdas e prevenir acidentes. Com os depósitos se exaurindo cada vez mais rápido devido à alta demanda mundial de recursos minerais, as mineradoras encontraram no Smart Mining um aliado para sobreviver e prosperar no setor.
Além disso, a mineração inteligente se tornou ao longo dos anos a grande aliada da segurança nas mineradoras. Ressalta-se que, com os recentes desastres com barragens, o Smart Mining se torna uma ferramenta importante para redução dos impactos socioambientais que interrompem a produção, destroem o meio ambiente e criam prejuízos incomensuráveis para a sociedade e para os acionistas.
A busca por formas mais produtivas e eficazes para extração de minerais e que reduzam os impactos ambientais e melhorem a segurança dos envolvidos na atividade é a principal preocupação da mineração global. O uso, por exemplo, da automação no setor mineral, vem sendo adotado cada vez em maior escala, principalmente fora do país, e revelou-se eficaz na prevenção de acidentes fatais e riscos ergonômicos, inclusive, melhorando as condições de trabalho por meio de operação remota.
Esse cenário de mudança na mineração se reflete na proliferação de eventos e workshops no Brasil e no mundo, por exemplo. Esses encontros de troca de conhecimento entre especialistas e empresas altamente engajados na área de Smart Mining buscam pensar em soluções para o setor e discutir o futuro da mineração com foco na atualização e evolução tecnológica da atividade, sendo indispensáveis para o amadurecimento sustentável da mineração.
Alguns temas merecem mais atenção e estão constantemente em pauta em debates sobre o Smart Mining e sobre o setor como, por exemplo, sistemas inteligentes, mineração disruptiva, seguros inteligentes, mineração virtual, reúso de água, novas tecnologias de tratamento e disposição de rejeitos, nanotecnologias, eficiência energética, novas baterias, smart grid, sistemas de geração, veículos autônomos, mobilidade de baixo carbono, veículos híbridos, transportadores inteligentes.
Para se ter uma noção da importância e grandeza desse negócio, o mercado de Smart Mining, segundo a publicação Smart Mining Market – Growth, Trends And Forecasts, foi avaliado em US$ 5,68 bilhões, em 2018, e espera-se que atinja um valor de US$ 13 bilhões até 2023, com uma taxa de crescimento anual composta de 18,02% entre 2018 e 2023.
Já o estudo Tracking The Trends 2018, da Deloitte, que identifica as estratégias que as organizações pretendem adotar para se manter competitivas, aponta a adoção das tecnologias digitais, a superação de barreiras para inovar e o avanço no formato de trabalho com a automação e a digitalização das minas e dos processos como sendo as três principais tendências para o setor de mineração, e que são diretamente ligadas às aplicações Smart Mining.
Fica evidente que a mineração inteligente é um dos mais promissores caminhos para o setor criar valor compartilhado, com o aumento da produtividade e sustentabilidade a longo prazo, conectando tecnologias de extração, sistemas automatizados e análise de dados em prol da mineração e da sociedade.
O futuro da mineração mundial é de mudanças em seus processos e de impulsão dos investimentos contínuos em inovação e digitalização das operações. Nesse contexto, a mineração brasileira precisa estar atualizada e pronta para adotar as soluções Smart Mining para se manter competitiva globalmente.
*Eugenio Singer é presidente da Ramboll no Brasil. Tem mais de 42 anos de experiência em consultoria ambiental, com especialização em avaliação estratégica, responsabilidade ambiental, auditorias e arbitragem
Geo e Drones na Indústria 4.0
Você já pode marcar na sua agenda: de 25 a 27 de junho acontecem em São Paulo (SP) os eventos MundoGEO Connect e DroneShow 2019, os maiores da América Latina e entre os cinco maiores do mundo no setor. Alinhados às tendências globais e com foco na realidade regional, o tema geral dos eventos este ano será “Geotecnologia e Drones na Indústria 4.0”, com previsão de 4 mil participantes, 30 atividades e mais de 230 horas de conteúdo.
Os conteúdos dos cursos, palestras e debates foram formatados por um time de curadores para atender as demandas de empresas, profissionais e usuários principalmente nos setores de Agricultura, Cidades Inteligentes, Governança Digital, Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Naturais, Segurança e Defesa.
Dentre as tecnologias disruptivas que estarão em destaque, estão Big Data, Inteligência Artificial / Machine Learning, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, BIM, Tecnologia Autônoma, entre outras, tudo isso cada vez mais integrado às Geotecnologias (Mapeamento, Cadastro, Imagens de Satélites, Inteligência Geográfica, GIS).
Perfil dos expositores da feira: prestadores de serviços de aerolevantamentos, mapeamento e cadastro; desenvolvedores de sistemas de análise espacial; provedores de imagens de satélites; fabricantes e importadores de drones; fabricantes de sensores e tecnologias embarcada; distribuidores de softwares, plataformas de processamento e análise de dados; agências reguladoras e órgão governamentais; empresas de consultoria e treinamento; distribuidores de equipamentos de geomática; empresas de mapeamento móvel, entre outras.
Veja a programação completa de cursos e seminários e garanta sua vaga! Confira um resumo de como foi a última edição dos eventos MundoGEO Connect e DroneShow:
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