Pesquisadores brasileiros e estrangeiros se reúnem no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por dois dias (25 e 26/10), para discutir e planejar uma campanha científica de observação de bolhas de plasma na região equatorial da América do Sul, a ser realizada nos próximos anos.
O fenômeno das bolhas de plasma tem sido investigado por pesquisadores do INPE desde a década de 1970.
O tema ganhou maior relevância para a comunidade científica e para diversas áreas de atividade que cada vez mais dependem de sistemas de comunicação e telecomunicação via satélite.
Os sinais desses satélites são impactados por esses fenômenos, que ocorrem em extensas regiões da ionosfera equatorial terrestre, e que podem alcançar mais de mil quilômetros de extensão.
As bolhas de plasma na ionosfera degradam as ondas de radio, afetando os sinais de sistemas globais de navegação por satélite (GNSS – Global Navigation Satellite System), como o GPS, GLONASS, Galileo, Beidou, causando erros de posicionamento no sistema de navegação, prejudicando atividades, como agricultura de precisão e transporte aéreo e de superfície, que utilizam esses sistemas.
Além disso, as bolhas de plasma afetam o sistema de telecomunicação de alto nível. Dado o crescente impacto do fenômeno nas atividades do dia-a-dia da sociedade, o monitoramento em tempo real e o desenvolvimento de modelos de simulação para a previsão de ocorrência de bolhas vem sendo discutidos pela comunidade científica.
No INPE, o Embrace – Estudo e Monitoramento Brasileiro de Clima Espacial – tem atuado no monitoramento de bolhas de Plasma utilizando diversos sensores para mapear a ionosfera em tempo real.
Através do Embrace, o INPE também está promovendo o desenvolvimento da previsão de bolhas de plasma. Cientistas da área pretendem compreender melhor os processos que originam o fenômeno e investigar quando, onde e como as bolhas se desenvolvem.
A realização de uma campanha científica implementando um sistema de observação de grande extensão na região equatorial, nunca antes realizada, deverá contribuir para obter respostas a estas questões. O território brasileiro é considerado estratégico a realização dessa campanha científica, por estar situado sob uma grande extensão do equador geomagnético e em baixas latitudes, onde tais eventos ocorrem.
O workshop, que reunirá cerca de 30 cientistas, será realizado no Auditório do prédio CEA II e irá discutir a proposta a missão e os objetivos da campanha. Entre os tópicos de discussão, estão: instrumentação, distribuição estratégica de locais de observação, período da campanha e políticas de distribuição de dados e de arquivos de dados de satélites.
O workshop está sendo organizado pela Divisão de Aeronomia e EMBRACE do INPE, sob o apoio da Sociedade Brasileira de Geofísica Espacial e Aeronomia (SBGEA).
Mais informações podem ser obtidas na página www.sbgea.org.br/workshop-on-equatorial-plasma-bubble-observation-campaign.
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