O satélite CBERS 4A foi transportado na manhã da última quinta-feira (12/12) para a torre de lançamento da base de Taiyuan, na China, para ser acoplado ao lançador Longa Marcha 4B.
O lançamento está previsto para o dia 20/12, à 00:21 (horário de Brasília) e será acompanhado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, por áudio.
Este é o sexto satélite desenvolvido e a ser lançado pelo Programa Sino Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), fruto de acordo firmado entre os governos do Brasil e da China, em 1988. O último satélite lançado pelo Programa, o CBERS 4, permanece em órbita e operacional.
Com o lançamento do CBERS 4A, o fornecimento de imagens será duplicado, trazendo benefícios a uma série de aplicações, estudos e monitoramentos sobre recursos naturais e dinâmicas de uso do solo.
As imagens dos satélites CBERS vem sendo utilizadas no monitoramento do desmatamento da Amazônia, pelo sistema DETER, além de estudos e mapeamentos nas áreas de recursos hídricos, agricultura, vegetação, planejamento urbano, entre outras.
A menos de uma semana para a contagem regressiva, as equipes do INPE e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) realizam os últimos preparativos para o lançamento do satélite.
O foguete chinês Longa Marcha 4B é composto de três estágios que atingem uma altura aproximada de 45 metros. Todos os estágios utilizam combustível líquido, hidrazina e tetróxido de nitrogênio (N2O4) como oxidante.
O foguete vazio pesa cerca de 17 toneladas. Seus tanques têm capacidade para 232 toneladas de combustível. O peso total no instante do lançamento será de aproximadamente 250 toneladas, considerando o peso do CBERS 4A, de aproximadamente 1,8 tonelada.
Programa CBERS
O Programa CBERS, com mais de 30 anos de trabalhos conjuntos, está em sua segunda geração de satélites. Brasil e China dividem em 50% os investimentos e a participação no desenvolvimento do satélite.
O CBERS 4A leva a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM). A MUX irá gerar imagens de 16 metros de resolução, com revisitas a cada 31 dias.
A WFI possui resolução de 55 metros, com revisitas a cada 5 dias, enquanto a WPM, conta com resolução de 2 metros em modo pancromático e de 8 metros em RGB (Red-Green-Blue, multiespectral).
Por ter uma altitude de órbita mais baixa em relação ao CBERS-4, em operação atualmente, as imagens a serem geradas pelo CBERS 4A será de melhor resolução espacial.
Os dados do Programa CBERS estão disponíveis aos usuários no catálogo online do INPE. A oferta gratuita de imagens de satélites, a partir de uma política de dados abertos adotada pelo INPE, em 2004, traz benefícios aos diversos sistemas de gestão do território do país, desenvolvidos em instituições de pesquisa, universidades e empresas privadas.
Além disso, estudos apontam que o Programa CBERS, com base no desenvolvimento de tecnologias espaciais de sensoriamento remoto, geram empregos, novas oportunidades de negócio e maior lucratividade a empresas que utilizam suas imagens em seus serviços e produtos.
Mais informações sobre o Programa CBERS em www.cbers.inpe.br.
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