Divulgado o Mapa de Risco de Seca para a Agricultura Familiar, sobre a situação referente ao mês de novembro de 2019, elaborado, mensalmente, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
A novidade é que o sistema de monitoramento do risco da seca com foco na agricultura familiar, desenvolvido pelo Cemaden, também passa a analisar as variáveis socioeconômicas dos produtores do semiárido brasileiro.
O Mapa de Risco de Seca para a Agricultura Familiar apresenta as variáveis físicas de ameaça de seca, tais como o déficit de precipitação, umidade do solo e índice de vigor vegetativo. Esses dados são combinados com informações socioeconômicas, tais como, as vulnerabilidades e capacidades adaptativas locais da agricultura familiar.
Também são usadas informações como o percentual dos estabelecimentos de agricultura familiar de sequeiro, a dependência econômica das atividades agroprodutivas e o acesso e uso de práticas de convivência com o semiárido. A principal fonte desses dados socioeconômicos é o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisadora do Cemaden, Ana Paula Cunha, que atua em projetos sobre Avaliação dos impactos da seca agrícola em áreas vulneráveis do semiárido do Brasil, responsável pelo Mapa de Risco de Seca, explica que a intensidade da seca pode ser igual em dois municípios. Porém, os impactos sociais e econômicos podem ser diferentes em cada um, em razão das estruturas e das características da agricultura familiar local.
“Por meio do mapeamento de risco é possível planejar e executar ações de mitigação (ou redução dos impactos) de forma antecipada”
Ela esclarece que, além disso, no contexto regional, é possível identificar e ranquear municípios que poderão ser mais ou menos impactados pela seca agrícola.
“Isso possibilita priorizar municípios para a implementação de ações específicas à agricultura familiar”
Municípios da Bahia e norte de Minas Gerais com risco alto para impacto de seca agrícola
O Mapa de Risco, referente ao mês de novembro/2019, indica um total de oito municípios classificados com Risco Muito Alto e 138 municípios com Risco Alto, sendo a maior parte deles localizados no estado da Bahia. O risco alto e muito alto, além de outros fatores, está associado ao atraso do inicio da estação chuvosa na região.
Ressalta-se que a região que inclui os municípios do norte de Minas Gerais e Sul da Bahia, que já estão na fase crítica para o desenvolvimento das principais culturas, encontra-se sob estresse hídrico. Para essa região, grande parte dos municípios estão classificados com risco alto.
Mais informações em www.cemaden.gov.br/risco-de-seca-na-agricultura-familiar.
Com informações da Ascom/Cemaden. Imagens: Divulgação