O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje (26/3) o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil para 2018, ampliando a série histórica que já abrange os anos 2000, 2010, 2012, 2014 e 2016.
A análise da série histórica permite observar a evolução e os padrões de ocupação do território brasileiro.
O objetivo do trabalho é acompanhar a dinâmica do território, seus processos de ocupação e suas transformações, através de um monitoramento espacial e quantitativo da cobertura vegetal e do uso da terra em todo o país. Desde 2010, este estudo vem sendo feito pelo IBGE a cada dois anos.
Os dados estão disponíveis para download na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no Portal IBGE e ainda podem ser consultados no Mapas Interativos e no Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA), onde é possível a combinação com outros temas ambientais produzidos pelo IBGE.
Entre 2016 e 2018, cerca de 1% do território brasileiro sofreu alguma mudança na cobertura e uso da terra. De forma geral, prossegue a substituição das áreas de vegetação natural por áreas antrópicas; ou seja, há um avanço da ação do homem sobre novas áreas. Além disso, observa-se uma priorização da agricultura em detrimento da pastagem com manejo.
Em 2018, as áreas agrícolas apresentaram crescimento de 3,3% em relação a 2016. Certas regiões apresentaram destaque no crescimento da área agrícola como a porção nordeste do Mato Grosso; a região de Santarém (PA), Paragominas (PA) e Imperatriz (MA); o eixo entre os municípios de Campo Grande e Cassilândia (MS); e a região da campanha gaúcha (RS).
Entre 2000 e 2018, houve uma expansão de cerca de 27% nas áreas destinadas às pastagens com manejo, principalmente na borda leste do bioma Amazônia, de 45% da área agrícola e 70% da área de silvicultura.
Entre 2000 e 2012, cerca de 20% das novas áreas agrícolas vieram da conversão de pastagens com manejo, 53% de vegetação nativa (florestal e campestre) e o restante de outras classes de cobertura e uso da terra. A partir de 2012, observa-se uma alteração na dinâmica, com 53% das novas áreas agrícolas sendo provenientes da conversão de pastagem com manejo, 26% de vegetação nativa (florestal e campestre) e o restante de outras classes de cobertura e uso da terra.
Interpretação de imagens de satélite e campanhas de campo
O Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra tem como objetivo espacializar e quantificar a cobertura e uso da terra do Brasil, em períodos regulares, a partir do mapeamento sistemático.
A metodologia envolve interpretação visual de imagens de satélite, campanhas de campo e consulta a informações complementares. Os dados são divulgados em Grade Estatística, que cobre o território brasileiro com células de 1 quilômetro quadrado.
Como produtos, são disponibilizados os mapas, gráficos e tabelas de Contas Físicas e Matriz de Mudanças ocorridas nos períodos analisados.
Além dos dados cartográficos e dos textos explicativos, o monitoramento produz as Contas Físicas de Cobertura e Uso da Terra e a Matriz de Mudanças, que traduzem os resultados em valores numéricos agregados.
A tabela das Contas Físicas mostra, em quilômetros quadrados, os estoques iniciais, reduções, adições e os estoques finais para cada uma das classes de cobertura e uso da terra em cada período analisado.
Já a Matriz de Mudanças apresenta, também em quilômetros quadrados, todas as conversões entre os diferentes tipos de cobertura e uso da terra, permitindo a realização de diversas análises.
Imagem: IBGE/Photoexpress