O recente voo ao espaço do bilionário Richard Branson, dono da empresa Virgin Galatic, dá partida a uma nova corrida espacial: a corrida entre empresas privadas e não entre nações.

Branson e mais 5 pessoas, entre passageiros e tripulantes, passaram alguns minutos no espaço a bordo do foguete VSS Unity, coroando de êxito a missão Unity 22.

Ele sai na frente de Jeff Bezos (Blue Origin) e Elon Musk (SpaceX), que prometem novidades para breve. Na próxima terça-feira, 20 de julho de 2021, Bezos buscará o espaço a bordo do foguete New Shepard. Para apimentar essa rivalidade, Bezos afirma que Branson não alcançou o espaço.

Essas iniciativas dão destaque ao que se denomina como “New Space”.

E o Brasil? Estamos preparados para participar do “New Space”?

Se tiver que conceituar o “New Space” em duas palavras, estas serão “agilidade” e “aprimoramento”.

Agilidade no sentido de redução significativa do ciclo de desenvolvimento de um satélite desde o início do projeto até o lançamento. Ciclos curtos e constantes.

Aprimoramento no sentido de, a cada novo lançamento, apresentar um produto de melhor qualidade.

Deve-se destacar que aprimoramento não é o mesmo que inovação. Os satélites não precisam apresentar inovações, porém, em alguns casos, ela está presente.

Por outro lado, o conceito por trás do que se convencionou chamar de “New Space” é inovador e disruptivo em sua essência.

O foco, neste momento, será nos satélites de observação da Terra.

Quando a fase de projeto do satélite se encerra, e ele sai da prancheta para a bancada de fabricação e testes, a equipe de projeto já está pensando na próxima geração e nas melhorias que poderão ser integradas.

Estas melhorias são fruto das experiências anteriores e dos avanços tecnológicos contínuos em áreas como microeletrônica, sensores, ótica, telecomunicações, computação, entre outras.

O aprimoramento pode até não aparecer no produto final, as imagens orbitais. Podem estar restritas à maior capacidade de imageamento por órbita (tempo útil de imageamento), à maior capacidade de transmissão de dados, a algoritmos mais eficientes de compressão de dados de imagem, à capacidade de armazenamento interno, entre tantas outras.

Mas é óbvio que os projetistas vão buscar avanços que traduzam em imagens de melhor qualidade.

Um sistema ótico mais eficiente, que reflita em uma melhor MTF e, por conseguinte, em melhor qualidade radiométrica; maior fidelidade da resposta espectral dos sensores; melhores resoluções radiométrica, espectral, espacial, etc.

Todos os avanços devem ter por objetivo atender ao máximo às demandas dos usuários de imagens de sensoriamento remoto, em suas mais diversas aplicações.

“Agilidade” e “aprimoramento” são as palavras-chave para definir esta nova era.

Antonio Machado e Silva

*Antônio Machado e Silva, diretor da AMS Kepler Engenharia de Sistemas

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da MundoGEO