A empresa norte-americana Radian Aerospace anunciou ter conseguido o financiamento necessário para construir os motores, em tamanho real, do seu avião espacial Radian One.
A proposta é construir um avião-ônibus-nave-espacial de um único estágio, que decole de um aeroporto comum, vá ao espaço, permaneça lá por quase uma semana, e depois desça, pousando novamente em um aeroporto.
Mas a empresa também está visando “mercados atmosféricos”. Segundo a Radian, o avião poderá levar seus passageiros ou carga a qualquer lugar do mundo em menos de uma hora.
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E os fundadores da Radian Aerospace parecem saber do que estão falando: Todos fazem parte da comunidade aeroespacial, já tendo trabalhado na NASA, Boeing e Lockheed Martin, além de outras empresas emergentes ligadas ao setor aeroespacial.
Eles inclusive participaram do projeto do X-33, um protótipo de avião espacial, que seria construído pela Lockheed Martin para testar a viabilidade de construir um substituto dos ônibus espaciais, chamado VentureStar. Mas o X-33 nunca ficou pronto, com o projeto cancelado em 2001, depois de um gasto de cerca de US$1,5 bilhão.
O cancelamento deveu-se a um problema que acomete toda a indústria do hidrogênio, sobretudo a dos tão esperados carros a hidrogênio: a dificuldade de armazenar o gás, cujas moléculas são pequenas demais e costumam vazar mesmo através de paredes feitas com os materiais mais resistentes.
O veredito na época foi que a tecnologia de compósitos ainda não tinha soluções para as necessidades de um tanque de hidrogênio com o formato irregular exigido para sua inserção em uma nave do tipo avião espacial.
Mas parece que nem toda a equipe ficou convencida, ou, pelo menos, acredita agora ser possível superar os problemas dos tanques de hidrogênio.O
Avião espacial?
A ideia é ter um veículo com capacidade de voar para o espaço, realizar uma missão, retornar, reabastecer e voar novamente quase imediatamente, viabilizando missões que não são possíveis com os veículos atuais.
Para isso, o projeto propõe que o Radian One seja capaz de transportar até cinco pessoas e 2,2 toneladas de carga para o espaço.
Embora não divulgue as dimensões do avião espacial, a empresa afirma que ele poderá pousar em qualquer pista com pelo menos 3.000 metros de extensão.
Seus três motores tradicionais deverão levar o veículo até a maior altitude segura para um avião tradicional, quando então seus motores-foguete a hidrogênio serão acionados, colocando-o em órbita.
O Radian One poderá ficar cinco dias no espaço, reentrar na atmosfera, pousar em um aeroporto comum, e então se preparar para outra subida ao espaço em 48 horas.
Os fundadores da Radian não dão detalhes sobre o que já têm pronto dentre as inúmeras tecnologias de que necessitarão para viabilizar o Radian One, mas anunciaram que esperam fazer um voo experimental ainda nesta década.
“A Radian vem operando em modo furtivo com foco no projeto e desenvolvimento inicial de um veículo aeroespacial revolucionário, que preencherá as lacunas de eficiência e capacidade que existem com os foguetes verticais tradicionais. Com o novo investimento, a empresa está no caminho certo para avançar no desenvolvimento do Radian One, o primeiro veículo de pouso e decolagem horizontal totalmente funcional do mundo, de estágio único até a órbita.
“O sistema da Radian será capaz de uma ampla gama de operações espaciais, incluindo a entrega de pessoas e carga leve para órbita terrestre baixa com operações semelhantes a aeronaves,” anunciou a empresa em nota.
Fonte: Site Inovação Tecnológica. Imagens: Radian Aerospace
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