Um passo fundamental para o futuro do Programa Espacial Brasileiro (PEB) foi dado na semana passada, com a aprovação, pelo Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), de destinação de recursos do Fundo aos projetos do Veículo Lançador de Nanossatélites (VLN) e do Carponis, cujas cartas-propostas foram apresentadas pelo representante da indústria no Comitê Gestor do Fundo Setorial Espacial, com os importantes apoios da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Força Aérea Brasileira (FAB).
Para o presidente da AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil), Julio Shidara, a aprovação, que ocorreu e foi anunciada no dia 30 de março, é motivo de celebração, pois é uma conquista importante para o setor espacial brasileiro. “Com o projeto do VLN, o Brasil retomará o caminho de busca pela autonomia tecnológica no segmento de lançadores de satélites, para conferir ao país a capacidade estratégica de acesso independente ao espaço, que é desfrutada por pouquíssimos países do mundo”, afirma Shidara. “É um projeto que viabilizará futuros lançadores de maior porte, como é o caso do VLX, um dos projetos mobilizadores da indústria, aprovados pela plenária do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB) em 2018”, completa.
Segundo Shidara, o projeto do Satélite ótico de observação da Terra de alta resolução, denominado Carponis, é, assim como o VLX, também um projeto mobilizador aprovado pelo CDPEB, e possui características adequadas para o cenário atual, com destaque para sua capacidade de mobilização industrial e reaproveitamento de tecnologias desenvolvidas em projetos recentes como do Satélite Amazônia-1 e do Satélite VCUB (de uma empresa nacional), além de tecnologias desenvolvidas com apoio de instituições de fomento como a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
“Estamos convictos de que a indústria espacial brasileira já possui condições para desenvolver e fornecer o Satélite Carponis ao governo brasileiro”, afirma Shidara. Além de projeto mobilizador, o Carponis é, também, um dos projetos que integram o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), de interesse do Ministério da Defesa (MD).
Shidara explica: “A aprovação do projeto Carponis representou um grande alento para nós, em um dos momentos mais críticos para a indústria espacial brasileira em décadas de PEB, devido à falta de novos projetos que tivessem capacidade de mobilização industrial desde o término de sua participação no projeto da Plataforma Multi-Missão (PMM), há quase oito anos. O Brasil estava na iminência de perder o domínio de tecnologias essenciais para projetos futuros do PEB de interesse da Nação”. A PMM é a plataforma do Satélite Amazônia-1, lançado com sucesso em fevereiro de 2021, a partir de uma base na Índia.
“Precisamos agora, de celeridade na implementação dos editais de chamada pública correspondentes, pois o tempo é fator crítico para nós”, alerta Shidara.
Segundo o presidente da AIAB, “trata-se de uma decisão estratégica e inovadora dos integrantes do Conselho Diretor do FNDCT, a quem a associação parabeniza e agradece. Ao mesmo tempo em que promovem o desenvolvimento tecnológico espacial no Brasil, os projetos resultarão em produtos que atenderão a necessidades da sociedade brasileira e abrirão oportunidades para a indústria espacial brasileira no mercado global”.
“Parabéns a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a aprovação dos projetos. Aproveito para destacar a frase que escolhemos para sintetizar a importância de satélites em nossas vidas: O ESPAÇO ESTÁ MAIS PERTO DA SUA VIDA DO QUE VOCÊ IMAGINA!”, finaliza Shidara.
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