A essência do conceito metaverso é criar um mundo digital através da internet. O acesso ao metaverso será por meio dos dispositivos que já temos disponíveis e que serão devidamente melhorados, como computadores, celulares, TVs e soluções associados a realidade aumentada (RA) e virtual (RV).

A criação detalhada e o acesso rápido a este novo mundo vão depender da evolução constante do hardware, software e da infraestrutura de rede, além da multiplicação das plataformas de captação de dados do mundo real que possam ser processados para criar um ambiente digital semelhante, quase um irmão gêmeo. Indo além de games e de ambientes para reuniões ou eventos, aplicações naturais do metaverso serão também a construção de gêmeos digitais, ou digital twins, para ambientes urbanos.

Nas cidades, onde vive a maioria da população no Brasil, o atributo de localização é muito importante para tomada de decisões. Desde as individuais, como a busca de um endereço para ajudar na mobilidade, como também no suporte a decisão dos gestores públicos no planejamento urbano, como, por exemplo, na escolha do melhor local para construir uma escola ou no atendimento de emergências.

Uma informação geográfica só é inteligente se for atualizada, precisa e de fácil acesso além de ser integrada a outras informações temáticas. Um tema mais moderno batiza esta integração como Geoanalytics que é o estudo de componentes de natureza geográfica associadas a ocorrências sociais, econômicas ou ambientais.

Nas discussões sobre Cidades Inteligentes, o conceito está começando a ir além de simplesmente prover o espaço urbano de sensores eletrônicos para coletas da dados e usá-los para gerenciamento de recursos e ativos. É importante que os gestores possam ter a visibilidade em tempo real para que seja possível obter uma resposta rápida e correta a emergências, melhorar a mobilidade e a eficiência energética.

Nasce aí um novo conceito, os Gêmeos Digitais ou Digital Twins, cuja definição é a representação virtual muito além do 3D, que corresponde como uma contrapartida real de um objeto no ambiente físico. Neste contexto da geografia das cidades ainda surgem os GIS (Sistemas de Informações Geográficas) cujas tecnologias permitem uma plena integração de modelos 3D, dados coletados de sensores nas cidades, mapas com terrenos e construções, imagens de satélites, nuvem de pontos obtidas por drones, realidade aumentada e virtual.

O metaverso neste caso terá muito a contribuir na criação do ambiente de uma cidade que permita não só acompanhar o que está acontecendo, mas também simular situações com o objetivo de prever decisões que precisem ser tomadas de forma rápida no mundo real.

Afinal a meta da administração pública dever ser ir além de Cidades Inteligentes. O metaverso pode ajudar a evoluirmos e vivermos melhor em Cidades Mais Sustentáveis.

*Emerson Granemann – Fundador e CEO da MundoGEO, que realiza anualmente o evento MundoGEO Connect simultaneamente aos eventos DroneShow e SpaceBR Show
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