A edição de 2023 consolidou a feira DroneShow, MundoGEO Connect e SpaceBR Show como um dos principais eventos de tecnologia do mundo. Ao integrar, em um mesmo espaço, expositores e uma programação de cursos, seminários, fóruns e workshops de drones, geotecnologias e espacial, tornou-se o maior encontro em todo o planeta que potencializa as conexões e sinergias de negócios entre esses setores.
Ao longo de três dias de maio deste ano, o evento organizado pela MundoGEO reuniu 5,7 mil visitantes de 33 países e recebeu 120 expositores no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. O sucesso foi tamanho que a próxima edição será realizada no Expo Center Norte, um espaço ainda maior na capital paulista, entre 21 e 23 de maio de 2024, com expectativa de reunir 7 mil pessoas.
O crescimento do evento tem sido constante nos últimos anos, inclusive com resultados superiores ao período pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, foram 3,8 mil visitantes e 80 empresas expositoras, número superado já em 2022 – 4,2 mil participantes e 84 expositores – e novamente ultrapassado neste ano. Vale ressaltar que em 2020 e 2021 as edições foram realizadas em formato 100% online.
Setores integrados
Parte desse salto se deve pela integração do setor espacial ao evento que já reunia empresas, especialistas e entidades públicas de drones e geotecnologias. O SpaceBR Show começou em 2021 somente com seminários não presenciais. No ano seguinte, já com a retomada da feira presencial, foi possível integrar totalmente a programação e o ambiente físico.
Apesar de três nomes diferentes, para atender mercados específicos, trata-se de apenas um evento que aproveita o máximo possível a sinergia e as conexões entre os setores. Isso porque os drones, as geotecnologias e os serviços e produtos espaciais estão intimamente ligados e não faria sentido separá-los. Ao integrá-los, os expositores e os visitantes acabam ganhando.
“Essa decisão [de integrar o setor espacial] foi extremamente acertada, pois fazem todos parte do mesmo ecossistema. Atualmente há uma grande complementaridade entre as soluções baseadas em satélites, que estão cada vez mais acessíveis, e em drones”, comenta o presidente da Visiona Tecnologia Espacial, João Paulo Campos. A joint-venture entre Embraer Defesa & Segurança e a Telebras, por exemplo, atua fortemente nos setores de sensoriamento remoto e desenvolvimento de satélites.
“A decisão de reunir no mesmo evento setores de geo, drones e espaço foi muito acertada. Afinal, os três segmentos tratam da geo-informação’, ou seja ‘informação com contextualização geográfica’. No final a diferença é sobretudo na origem da informação: sensores terrestres, aéreos ou orbitais. O objetivo é o mesmo. O público tem a possibilidade de avaliar o estado-da-arte dessas tecnologias num só espaço e decidir quais fazem sentido adotar”, complementa o presidente do Conselho de Administração da Santiago & Cintra, SCCON e Geo Agri, Eduardo Oliveira.
A empresa, aliás, acompanha a feira desde o início dos anos 2000 quando ainda reunia apenas a comunidade de geoinformação, e seguiu um caminho parecido. Isso porque ela agregou os drones e as soluções espaciais ao seu portfólio, da mesma maneira que ocorreu com o MundoGEO Connect quando ganhou a realização da primeira DroneShow, em 2015, e do SpaceBR Show em 2022.
O CEO da XMobots, Giovani Amianti, destaca que os clientes finais dos três setores são os mesmos e o que muda, basicamente, é o método de atendimento. “E ter todas as tecnologias juntas em um único evento é interessante porque não é um evento da tecnologia em si. Claro que há uma segmentação interessante de espaço, drones e geo, com todos do mesmo segmento juntos. Mas por outro lado, o fato de acontecer tudo junto ajuda porque os clientes são os mesmos”, diz.
Esse aspecto gera um espaço propício para a realização de negócios entre expositores e visitantes da feira. Não por acaso há, por parte do público, uma aceitação massiva da integração entre os setores. “Pelas nossas pesquisas, 97% dos participantes do evento aprovam a realização dos eventos juntos, pois muitas empresas públicas e privadas, bem como prestadores de serviços, necessitam do uso de soluções integradas aos levantamentos aéreos, orbitais e terrestres para capturar a realidade, fazer suas análises e tomar decisões”, ressalta o CEO da MundoGEO, Emerson Granemann.
Espaço para crescimento
O evento organizado pela MundoGEO sempre se destacou de forma regional, na América Latina, mas o crescimento recente tem extrapolado essa barreira geográfica. Neste ano, por exemplo, participantes dos Estados Unidos e diversos países da Europa, e até mesmo da China, passaram pelo Centro de Convenções Frei Caneca. Além disso, na programação dos seminários e fóruns, estiveram presentes palestrantes de outros países.
Os números alcançados pela feira DroneShow, MundoGEO Connect e SpaceBR Show se tornam ainda mais relevantes quando comparados com eventos realizados em mercados economicamente mais fortes, como Estados Unidos, Europa e Ásia. Em números de participantes, está entre os sete maiores eventos do mundo em formatos e temas semelhantes, o que evidencia a força da feira de negócios e principalmente da programação de cursos, seminários e fóruns.
“Um ponto muito importante que solidifica nossa liderança na América Latina na organização das feiras é o Portal MundoGEO, que publica conteúdo em três idiomas e realiza eventos online relacionados às áreas de geotecnologias, drones, espaço, robótica móvel autônoma e eVTOL, mantendo engajadas e atualizadas as comunidades de profissionais que pertencem à cadeia produtiva desses setores e seus respectivos usuários”, aponta Granemann.
A integração dos setores de drones, geotecnologias e espaço é o principal destaque do evento da MundoGEO e é o que vai permitir que siga crescendo nos próximos anos, inclusive com a possibilidade de agregar novos mercados à programação. Os primeiros passos, aliás, já foram dados em 2023, com a realização do 1º Fórum eVTOL – Desafios e Oportunidades e o 1º Fórum de Robótica Móvel, ambos dentro do evento principal, já antecipando os segmentos que estarão presentes de forma mais efetiva em 2024 e anos seguintes.