Para garantir que os serviços de saneamento básico sejam acessíveis para toda a população, políticas públicas e investimentos que promovam a distribuição de água, a coleta de esgoto, a drenagem de águas pluviais e o manejo de resíduos sólidos devem ser realizadas de acordo com a realidade de cada município.
Para isso, sistemas de informações geográficas (GIS/SIG) desempenham um papel fundamental nas principais estratégias na atuação de governos e grandes organizações, pois passam a coletar e gerenciar grandes quantidades de dados de localização sobre seus ativos, equipes e atividades operacionais, e geram dados para o planejamento, gestão, para a segurança e o envolvimento dos clientes e cidadãos.
As obras de expansão dos serviços de água, esgoto e drenagem envolvem diferentes perspectivas técnicas, financeiras e sociais, uma vez que as redes e os ativos de cada um destes sistemas têm grande parte de seus componentes enterrados, tornando sua execução mais complexa. Sua correta implementação requer investimento financeiro, apoio político e o uso de tecnologias em todas as etapas do ciclo de vida do projeto, como no caso o GIS já usado nos mais diversos segmentos, aqui no Brasil e no mundo.
O GIS na prática
O GIS, recurso tecnológico mais avançado para realizar atividades de mapeamento, visualização e análise, tem um papel fundamental no acompanhamento de obras, uma vez que possibilita gerenciar as informações dos ativos existentes, otimizar inspeções em campo com uso de formulários e mapas digitais, e garantir que equipes multidisciplinares possam ter uma visão única sobre o andamento de obras, sendo elas desde a construção de Estações de Tratamento de Água (ETA), Estações Elevatórias de Esgoto ou a realização de expansão de redes. Independentemente do tipo de obra, a equipe do projeto deve seguir etapas pré-estabelecidas para sua correta execução, tais como fiscalização em campo, análise dos dados, validação de requisitos técnicos e operacionais e monitoramento do cronograma físico e financeiro das obras.
Para contribuir ainda mais com a gestão das obras no segmento, especialistas recomendam o uso, também, o Enterprise Resource Planning (ERP), pois, muitas vezes, o sistema auxilia no ciclo de vida dos ativos, no ponto de vista contábil, além de armazenar dados sobre os materiais e orçamentos previstos para a execução dos projetos.
A integração entre estas duas soluções possibilita que gerentes de projetos, engenheiros e analistas que atuam na coordenação dos projetos possam ter uma visão completa sobre o andamento das obras, obtendo ganhos de produtividade e redução de custos significativos na execução e gestão.
Abaixo, seguem as principais vantagens de uso do GIS, um dos sistemas mais usados no mundo inteiro, e que pode auxiliar engenheiros e gerentes de projetos no gerenciamento de obras em diferentes etapas:
1 – Fiscalização do andamento das obras em campo
A integração entre a realidade de campo e os escritórios de engenharia garante que os esforços sejam direcionados de maneira mais assertiva na execução dos projetos. O uso de formulários digitais para inspeção e fiscalização do andamento das obras possibilita que os fiscais compartilhem rapidamente o status atual das obras no município. A caracterização do status dos projetos através de formulários integrados ao GIS permite que engenheiros e empreiteiras direcionem equipes e orçamentos de acordo com a necessidade.
2 – Acompanhamento do cronograma físico e financeiro das obras
O avanço das obras pode ser monitorado através de painéis gerenciais disponíveis no GIS. Número de fiscalizações realizadas, tipos e o orçamento gasto em cada projeto podem ser integrados à visão espacial das obras no município.
3 – Análise temporal do andamento das obras através de imagens de drones
Manter uma rotina de captura de imagens da obra possibilita que detalhes técnicos, muitas vezes imperceptíveis quando inspecionados via formulários, possam ser registrados e adicionados ao banco de dados do projeto. O GIS possibilita que estas informações sejam coletadas de maneira mais eficiente e analisadas com maior facilidade integradas à outras informações espaciais.
4 – Revisão de documentos e análise do ciclo de vida da infraestrutura
Por fim, a integração entre o GIS e outras tecnologias possibilita que a perda de informações entre as diferentes etapas do ciclo de vida da infraestrutura seja reduzida. A união do GIS e do BIM (outra de modelagem de Informação da Construção) permite que documentações relacionadas ao projeto estejam disponíveis para análise integradas ao contexto geográfico. Isso garante que equipes multidisciplinares atuantes na execução dos projetos tenham uma ampla visão sobre as instalações, reduzindo riscos técnicos na execução em campo.
*Especialista em Saneamento da Imagem Geosistemas
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