Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira passada (6/6) o relatório do segundo Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR). 

A publicação registra importantes avanços do SBCR, como a conceituação das cinco grandes classes de relevo que compõem o primeiro nível taxonômico do Sistema: montanhas, planaltos, tabuleiros, superfícies rebaixadas e planícies. 

“Apresentar os avanços do SBCR no Dia Mundial do Meio Ambiente é de extrema importância, visto que o relevo está fortemente relacionado ao reconhecimento e distinção de paisagens e ambientes diversos. Avançar na sua classificação e representação cartográfica é facilitar essas tarefas ao aluno, ao professor, ao pesquisador, ao gestor e ao cidadão, notadamente no desafio de garantir a qualidade e conservação do ambiente”, 

ressaltou Rosangela Botelho, chefe do setor do Meio Físico da Gerência de Mapeamento de Recursos Naturais da Coordenação de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências do IBGE e coordenadora técnica da publicação.

O 2º Workshop aconteceu entre de 28 de fevereiro a 3 de março de 2023, na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e contou com a presença de membros do SBCR, pesquisadores de diversas instituições brasileiras de ensino e pesquisa, com experiência em mapeamento geomorfológico. Foram discutidos o Mapa de Relevo do Brasil no primeiro nível taxonômico do SBCR, já apresentado à comunidade científica, e a implementação do segundo nível taxonômico, referente às morfoestruturas geológicas. 

Apresentação do mapa de relevo do Brasil no 1° nível taxonômico do SBCR (primeira aproximação) durante o 2º Workshop sobre o SBCR – Foto: Laura Karolina Bueno Mocelin

 A primeira edição do Workshop, realizada em novembro de 2019, juntamente com o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a União da Geomorfologia Brasileira (UGB), assumiu a missão de construir um sistema taxonômico para o relevo brasileiro. Este sistema busca padronizar a linguagem e a representação das diferentes formas de relevo existentes no país. A publicação formalizou os compromissos assumidos pela comunidade científica e pode ser acessada através da Biblioteca do IBGE.

O 2º Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação do Relevo estava inicialmente marcado para ocorrer em 2020, mas, em função da pandemia da COVID-19, o evento precisou ser adiado.

“Contudo, os estudos e reuniões virtuais entre os pesquisadores ocorreram regularmente por meio dos Grupos de Trabalho Direcionado (GTDs), que levantaram questões fundamentais a serem discutidas na plenária desta segunda edição”,

atesta Rosangela.

É importante entender o relevo até mesmo para contribuir na prevenção e gestão de desastres, como este vivenciado no Rio Grande do Sul.

“No desastre da Região Serrana, em 2011, o fator deflagrador foi o mesmo, as fortes chuvas, mas as águas escoaram rapidamente, pois o relevo é de montanha. Já no Rio Grande do Sul, no relevo de planícies, a situação é completamente diferente, estando o nível das águas ainda elevado, mais de 30 dias depois”,

ressaltou Rosangela.

Além dos Workshops sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo, o SBCR também organiza excursões e eventos, em que são apresentados os avanços do próprio Sistema à comunidade científica. Nos dias 11 a 13 de junho, ocorrerá o 3º Workshop do Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo, no Serviço Geológico do Brasil (SGB), na cidade do Rio de Janeiro.  O SBCR também conta com um e-mail para o qual podem ser enviadas dúvidas e sugestões (sbcr@ibge.gov.br). Leia aqui sobre a excursão técnica nas montanhas fluminenses, realizada em 2022.

“Acredita-se que, em breve, esses avanços irão compor os mapas de relevo do Brasil nos livros didáticos e nos atlas escolares. Ao explicar aos seus alunos que o Brasil possui montanhas, o professor terá a oportunidade de falar sobre a evolução do planeta Terra, das suas diferentes configurações em terras e mares ao longo dos milhões de anos, das placas tectônicas e do porquê nossas montanhas são altas, mas não tão altas quanto os Andes e o Himalaia, por exemplo. Reconhecer nossas montanhas é uma forma de ampliar a história da formação do relevo brasileiro em sala de aula”,

concluiu Rosangela.

Com informações e imagens do IBGE


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