Novidades e tendências da exploração espacial foram a tônica do painel Projeto Artemis: o Brasil na Lua, realizado em 21 de maio na capital paulista como parte do 4º Fórum SpaceBR Show, que aconteceu em paralelo à feira SpaceBR Show, MundoGEO Connect, DroneShow e Expo eVTOL 2024.

O Brasil assinou em 2021 o acordo de adesão ao programa Artemis, liderado pelos Estados Unidos, que contém um conjunto de princípios que promovem a utilização benéfica do espaço para a humanidade. Os acordos baseiam-se no Tratado do Espaço Exterior e noutros acordos, bem como nas melhores práticas e normas de comportamento responsável, incluindo a divulgação pública de dados científicos. Hoje já são 43 países signatários dos Acordos Artemis.

A mediadora do painel, Mônica Elizabeth Rocha de Oliveira, Analista Sênior na Unidade Regional de São José dos Campos da Agência Espacial Brasileira (AEB), explicou que o programa Artemis é uma iniciativa norte-americana, desenvolvida com parceiros internacionais, para estabelecer uma presença humana sustentável na Lua e, eventualmente, a partir dela, chegar a Marte com propósito de permanência.

“A adesão não implica em assumir atividades vinculadas ao programa, mas o compromisso de respeitar as regras e princípios dos Acordos, que estabelecem padrões de responsabilidade, transparência e sustentabilidade no espaço,”

afirmou Mônica.

O Presidente da AEB, Marco Antonio Chamon, que estava em viagem na data do fórum e participou de forma remota através de um vídeo, trouxe informações adicionais sobre a participação do Brasil e os benefícios de fazer parte do Projeto Artemis.

“Os dados científicos que forem desenvolvidos a partir dos projetos, dentro dos Acordos Artemis, devem ficar disponíveis a todos os países,”

comemorou Marco Antonio.

Ele comentou, ainda, que alguns dos princípios dos Acordos Artemis são os mesmos usados para a exploração da Antártica, e também que é preciso haver novos mecanismos de resolução de conflitos a Lua, uma vez que as leis que existem na Terra não valem mais no espaço. Por último, lembrou das preocupações com lixo espacial, já que existem hoje cerca de 200 toneladas de detritos na Lua e este número deverá aumentar com a ampliação das viagens ao satélite natural.

“Nós colocamos os Acordos Artemis como sendo um dos projetos estruturantes dentro do Programa Nacional de Atividades Espaciais, o PNAE, que vai de 2022 a 2031. A ideia é desenvolver as questões científicas, tecnológicas, etc., relativas ao setor espacial, que podem contribuir para a exploração lunar e consolidar, dentro da sociedade brasileira, nos vários setores, o entendimento sobre as vantagens e benefícios potenciais,”

concluiu.

Confira a íntegra da apresentação do presidente da AEB:

Em seguida foi a vez de Alessandra Fávero, Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste e Coordenadora da Rede Space Farming Brasil, que abordou a colaboração brasileira aos Acordos Artemis na área de agricultura espacial.

“O Brasil, sendo o principal país tropical em pesquisas agrícolas – o que já é reconhecido internacionalmente – e uma grande potência agrícola de exportação e de consumo de produtos que são desenvolvidos aqui, não poderia ficar de fora, porque seria uma grande oportunidade de contribuir para situações de cultivos de plantas no espaço,”

comentou Alessandra.

Ela lembrou que, assim como nas missões Apollo, muitos spin-offs acontecem durante a exploração espacial, alguns que nem podem ser previstos, o que pode gerar muitas soluções agrícolas com aplicação também em solo terrestre.

Victoria de Souza Rodrigues, Pesquisadora do Centro Espacial ITA e Vice Coordenadora Técnica da Missão SelenITA, explicou como o projeto é um dos candidatos para participação nos Acordos Artemis. A missão SelenITA é uma investigação interdisciplinar da dinâmica da Lua, dos seus riscos e do seu interior.

“A gente tem que fazer um match entre ciência e engenharia e entender como, para a gente atingir alguns requisitos de missão, a gente vai fazer uma plataforma de cubesat para atender estes requisitos,”

disse Victoria.

Ela comentou que as publicações realizadas foram para entender o quanto o Brasil, com a capacidade do ITA, poderia entregar de missão espacial e exploração científica na Lua. Lembrou, ainda, que a missão SelenITA não abrange somente o cubesat em desenvolvimento, mas também a participação no segmento de solo, que está sob responsabilidade da NASA.

“O Programa Artemis é só o começo desta missão, que vai além…”

concluiu Victoria.

O mestre de cerimônias foi Ivan Carlos Soares de Oliveira, CEO da BTI Tecnologia & Inteligência, que conduziu as atividades nos dois dias do 4º Fórum SpaceBR Show.

As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espacial e aeronaves eVTOL.

A área de exposição, que cresceu 50% em metragem na comparação com 2023, reuniu 120 expositores que representaram mais de 200 marcas. Além disso, a programação com 25 atividades, entre cursos, seminários e fóruns, contou com 180 palestrantes de vários países, permitindo o compartilhamento de conhecimento e de experiências nesses mercados.

Edição 2025

A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

Acompanhe a evolução do evento, planta da feira e programação das atividades nos sites:


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Resumo em 1 minuto do MundoGEO Connect, DroneShow, SpaceBR Show e Expo eVTOL 2024: