Há cinco anos, a NASA lançou uma missão que parecia saída de um grande sucesso de ficção científica, implantando o seu sistema robótico, Astrobees, na Estação Espacial Internacional (ISS) para ajudar os astronautas na reparação e manutenção. Avançando até hoje, a robótica espacial deu um salto gigantesco, tornando-se um foco de inovação e investimento. Este campo florescente encontra-se agora num momento crucial, preparado para um crescimento intenso. Nos últimos três anos, mais de 40 empresas pioneiras entraram na arena da robótica espacial, atraindo mais de 200 milhões de dólares em capital de risco, de acordo com a Technology Foresights, uma plataforma de inteligência de inovação da GlobalData, uma empresa líder em dados e análise.
A robótica espacial concentra-se no projeto e fabricação de robôs que operam no ambiente desafiador do espaço sideral, desempenhando papéis essenciais em uma ampla gama de missões de exploração espacial. De acordo com os insights da Technology Foresights, as empresas deste setor em rápido avanço estão desenvolvendo uma infinidade de aplicações inovadoras. Essas inovações incluem inspeção detalhada de espaçonaves, manutenção eficiente de satélites, montagem precisa de componentes, reabastecimento confiável de espaçonaves e a tarefa crítica de coleta de detritos espaciais. Cada uma dessas aplicações representa um avanço significativo para garantir a sustentabilidade e o avanço das missões espaciais.
Entre as mais de 20 tecnologias inovadoras identificadas no setor espacial, a robótica espacial demonstrou uma das maiores taxas de crescimento na atividade de inovação durante o ano passado. Reconhecidos como uma das tecnologias emergentes pelo Technology Foresights da GlobalData, os robôs espaciais estão na vanguarda deste aumento tecnológico. Notavelmente, a China está na liderança, sendo responsável por 58% de todos os pedidos de patentes neste domínio nos últimos três anos, com os EUA e o Japão logo atrás.
“A inovação em tecnologias espaciais tem sido dominada por grandes agências espaciais com financiamento público há muito tempo. A NASA, por exemplo, vem fazendo experiências com astronautas robóticos, também conhecidos como cosmonautas, desde 2010, desenvolvendo e testando diversos exoesqueletos robóticos. No entanto, a ascensão da IoT e da tecnologia robótica, combinada com o impulso do capital de risco e de grandes organizações privadas especializadas, está trazendo tecnologias inovadoras como a robótica espacial para a vanguarda,”
comenta Sourabh Nyalkalkar, chefe de prática de produtos de inovação da GlobalData.
A MDA Ltd., com sede no Canadá, destaca-se como líder em inovação espacial. Com experiência em mais de 450 missões espaciais, a empresa revelou recentemente o Skymaker, uma solução robótica modular adaptável a diversas missões, incluindo pousos na superfície lunar e exploração orbital. Da mesma forma, a Airbus fez progressos significativos ao implantar braços robóticos através dos seus satélites OneSat em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA).
As agências espaciais também estão adotando cada vez mais robôs para diversas missões. A agência espacial japonesa, JAXA, marcou um marco em janeiro de 2024 ao pousar com sucesso seu robô lunar, SORA-Q, como parte da missão ‘Moon Sniper’. A NASA é igualmente ambiciosa, trabalhando num projeto que emprega robôs totalmente autônomos para construir abrigos e painéis solares nas superfícies da Lua e de Marte.
“A ascensão de novos participantes na robótica espacial é uma notícia emocionante para a indústria. Empresas como a Aerospace New Long March EV Technology, com sede na China, a Gitai e a Astrobotics estão direcionando o foco para aplicações mais avançadas de robótica espacial. Refletindo a crescente confiança nesta tecnologia, a startup japonesa Aeroscale, especializada na remoção de detritos espaciais, fez uma estreia estelar na Bolsa de Valores de Tóquio, com os preços das suas ações a subirem 51% na primeira semana de junho de 2024. Estes primeiros sinais indicam uma mudança transformacional liderada pela robótica na tecnologia espacial, mantendo a promessa de transformar a ficção científica em realidade num futuro próximo,”
conclui Nyalkalkar.
Com informações da GlobalData
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