A cidade de São Paulo tem uma frota de aproximadamente 400 helicópteros, a maior frota do mundo. O tráfego desses equipamentos é tão intenso que a cidade é a única no mundo com um sistema de controle de tráfego aéreo exclusivo para helicópteros, o Helicontrol. De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), são cerca de 2.200 pousos e decolagens por dia. Esse cenário, naturalmente, posiciona a capital paulista como o local mais propício para a operação das aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) em ambiente urbano no Brasil.

O protagonismo de São Paulo no mercado emergente da mobilidade aérea urbana foi tema recorrente ao longo do 2º Fórum eVTOL – Aeronaves Inovadoras e Mobilidade Aérea Avançada, realizado em maio, em São Paulo, como parte da programação da primeira edição do Expo eVTOL em paralelo com a DroneShow Robotics, MundoGEO Connect e SpaceBR Show — os eventos são organizados pela MundoGEO.

Além dos 400 helicópteros, São Paulo tem 250 helipontos, boa parte deles localizados no topo de prédios, especialmente na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima. Uma infraestrutura que, apesar de ainda não estar pronta para receber os eVTOLs por questões de carregamento de energia, proporciona diversas possibilidades para as empresas que vão operar essas aeronaves nos próximos anos.

De acordo com o Relações Institucionais da Azul, Camilo Oliveira, o raio de operação possível a partir de São Paulo é de 150 quilômetros com a aeronave escolhida pela companhia aérea, que é o Lilium Jet, voltado também para o mercado de mobilidade aérea regional, com capacidade para seis passageiros e alcance de 250 quilômetros. Nesse raio a previsão da empresa é operar voos de até 40 minutos ligando condomínios e bairros de alto padrão, centros comerciais e aeroportos.

“Nós vemos um grande potencial nesse raio de 150 quilômetros, não nessa distância no começo. Mas vemos um mercado muito interessante. Por exemplo, tem a região do Aeroporto Catarina, que será um ponto importante para esse tipo de operação. A Fazenda Boa Vista, as ligações São Paulo-Campinas e o atendimento ao downtown de São Paulo.”

Camilo Oliveira.

Além dessas viagens mais corriqueiras, a Azul acredita que o perfil das rotas pode mudar durante os finais de semana, notadamente para cidades do Litoral Norte do estado de São Paulo, como Ilhabela.

O presidente do Conselho de Segurança e Operações de Voo da Gol, Sergio Quito, destacou as vantagens dos eVTOLs sobre os helicópteros nos aspectos ambientais, sendo zero emissão de carbono e silenciosos. Esses pontos, por exemplo, abrem possibilidades que hoje são limitadas, como voos noturnos. Além disso, ele apontou que o mercado de mobilidade aérea urbana existirá fortemente em São Paulo exatamente pelo trânsito terrestre, sabidamente congestionado.

“Para nós, como linha aérea, o principal ponto para nós é a extensão da nossa própria malha aérea. Conseguiríamos conectar o aeroporto de Congonhas com setores da Zona Sul ou com o aeroporto de Guarulhos. A primeira e a última milha seriam muito importantes para dar condição ao nosso cliente de ter uma operação confortável e evitar o trânsito, a grande dor de cabeça dos nossos usuários.”

Sergio Quito.

A Gol assinou um memorando de entendimento com a Avolon para o leasing de até 150 eVTOLs VX4 da Vertical Aerospace, com opção para 100 aeronaves adicionais. O VX4, que está em campanha de certificação na Europa, tem capacidade para quatro passageiros e alcance de 160 quilômetros.

A Avantto, empresa de compartilhamento de aeronaves executivas, opera dezenas de voos de helicópteros diariamente em São Paulo. E é exatamente essa experiência que a companhia espera levar para os eVTOLs, no caso a aeronave da Eve Air Mobility que tem capacidade para quatro passageiros e alcance de 100 quilômetros.

De acordo com o CEO da Avantto, Rogerio Andrade, São Paulo tem um mercado potencial para 850 mil passageiros por ano já em 2027. Para 2040, a expectativa é poder chegar a 60 milhões de passageiros com 8 mil veículos em operação. Para o início das operações, ele acredita que as rotas conectando os aeroportos serão as mais usadas.

“A primeira rota mais óbvia é entre o centro financeiro e o aeroporto internacional e outros aeroportos. Isso porque há concentração de demanda natural de passageiros, chegando ou saindo dos aeroportos. É uma viagem de 30 quilômetros, que dura entre 10 e 15 minutos, a um custo de 100 dólares por pessoa no início.”

Rogerio Andrade.

As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espacial e aeronaves eVTOL.

Edição 2025

A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

Acompanhe a evolução do evento, planta da feira e programação das atividades nos sites:


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Resumo em 1 minuto do MundoGEO Connect, DroneShow, SpaceBR Show e Expo eVTOL 2024: