Por trás da operação para encontrar e resgatar vidas, existe um intenso trabalho nos bastidores, que envolve uma rede integrada, monitorando possíveis incidentes 24 horas por dia.

Com atuação em uma área de 22 milhões de quilômetros quadrados, grande parte sobre o Oceano Atlântico e a Amazônia, o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) tem por objetivo a localização e o socorro de ocupantes de aeronaves ou de embarcações em perigo.

Para cumprir sua missão, o SISSAR tem como órgão central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que é o responsável pelo planejamento, normatização e supervisão da atividade.

Além dos militares capacitados, há ainda aeronaves com tecnologia de ponta empregada para o cumprimento da nobre missão de salvar vidas. Cabe ao Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC) verificar o sinal de alerta recebido por ocupantes de aeronaves ou embarcações em situações de perigo e transmiti-lo aos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC), conhecidos como SALVAERO, situados em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Manaus (AM), e/ou aos Centros de Coordenação de Salvamento Marítimo (MRCC), conhecidos como SALVAMAR, que assumem a missão de prestar o serviço de busca e salvamento.

Existem meios estabelecidos para registrar a ocorrência aeronáutica, conforme explica o Chefe da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, Major Aviador Bruno Vieira Passos.

“A informação chega ao ARCC, por meio de transmissão de um “Mayday” ou do código 7700 por uma aeronave em emergência; pelo órgão de controle de tráfego aéreo, como rádios e torres de controle; por sinais de balizas de emergências que são emitidos a partir de equipamentos embarcados nas aeronaves e embarcações, e são detectados por satélites do sistema COSPAS-SARSAT ou, ainda, por telefonemas de familiares, pilotos, proprietários da aeronave”,

afirma.

O Sistema COSPAS-SARSAT é gratuito e é utilizado mundialmente para fornecer dados de localização e alerta de socorro precisos, oportunos e confiáveis. O BRMCC distribui sinais de emergência transmitidos por aeronaves (ELT), embarcações (EPIRB) ou por pessoas (PLB), em situações de perigo, aos Centros de Coordenação de Salvamento (RCC), que terão por incumbência coordenar as operações SAR.

Todas as informações são criteriosamente analisadas e, confirmando a emergência, é acionado o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), para que disponibilize os meios aéreos que serão responsáveis por executar a missão de Busca e Salvamento. “A rapidez na distribuição e na precisão das informações é determinante para que se cumpra a missão e possa localizar e resgatar os sobreviventes o mais rápido possível”, ressalta o Major Vieira.

DECEA contribui na investigação do acidente da Voepass

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do DECEA, criou a Zona de Restrição de Voo na região de Vinhedo (SP), local do acidente aeronáutico envolvendo uma aeronave da Voepass Linhas Aéreas que vitimou 62 pessoas na última sexta-feira (9/8). A medida visou restringir os voos de drone para os Órgãos Especiais federais, estaduais e municipais que estivessem envolvidos na investigação do acidente e resgate das vítimas.

Na prática, o espaço aéreo no raio de três milhas náuticas foi reservado somente para os voos de apoio à tragédia. Ou seja, os drones que não estavam cadastrados no Sistema para Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo por Aeronaves Não Tripuladas como Órgãos Especiais, conforme o MCA 56-5/2023 (que fala sobre as Operações Aéreas especiais), ficaram impedidos de voar nesta área.

“O objetivo desta restrição é manter a segurança e a regularidade das operações aéreas na região, coibindo os voos irregulares ou desconhecidos que possam comprometer os trabalhos no local”,

explicou o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.

As caixas-pretas da aeronave acidentada foram localizadas na noite do dia do acidente e encaminhadas para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Os investigadores iniciaram as análises na manhã de sábado (10/8).

O DECEA contribuiu na investigação fornecendo dados do controle de tráfego aéreo na região e informações técnicas que possam desvendar os motivos da queda da aeronave. O trabalho conjunto entre a FAB e as forças de segurança federal e municipal são fundamentais neste processo de esclarecimento das circunstâncias do acidente.

Vale ressaltar que o DECEA, por meio do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica, presta o serviço de vigilância e previsão meteorológica aeronáutica, visando contribuir para a segurança e a eficiência do tráfego aéreo. Os produtos meteorológicos, essenciais para a navegação aérea segura, estão disponíveis para consulta através da Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET), disponível neste link.

Com informações e imagens do DECEA


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