Possibilidades atuais e futuras foram a tônica do painel Oportunidades para as empresas no Centro de Lançamento de Alcântara, realizado em 21 de maio passado na capital paulista como parte do 4º Fórum SpaceBR Show, que aconteceu em paralelo à feira SpaceBR Show, MundoGEO Connect, DroneShow e Expo eVTOL 2024.

O moderador foi Paolo Gessini, Diretor de Inteligência Estratégica e Novos Negócios da Agência Espacial Brasileira (AEB), que fez uma explanação inicial com o objetivo de nivelar o assunto entre os participantes.


O Brasil possui dois centros de lançamento: o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte. Concebido no início da década de 80 como um dos três segmentos da Missão Espacial Completa Brasileira, o CLA tem por missão executar as atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, bem como a execução de testes e experimentos de interesse do Comando da Aeronáutica, relacionados com a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE).


O primeiro convidado do painel foi Cristiano Vilanova, Coordenador de Licenciamento, Normas e Comercialização na AEB.

“O Centro de Alcântara dispensa apresentações. É algo muito famoso, pelo menos para quem gosta do Programa Espacial Brasileiro”,

comentou.

Cristiano fez um breve histórico do CLA, desde a escolha do terreno até chegar nos dias atuais. Mais recentemente, em 2019, o Brasil aprovou acordos de salvaguardas tecnológicas e voltou com mais intensidade o desenvolvimento de operações comerciais no CLA.

Em 2020 foi feito um chamamento público, no qual seriam usadas as instalações que a Aeronáutica já tinha desenvolvido, juntamente com recursos da AEB, para que fossem utilizados pelo setor privado com objetivo de tornar possíveis lançamentos no CLA.

“Esse processo demorou um tempinho para poder maturar, então a gente só teve o resultado desse chamamento público um ano depois”,

afirmou.

Em 2021 foram selecionadas quatro empresas para poderem operar no CLA: para utilizar a área Sistema de Plataforma VLS foi selecionada a Hyperion; para atuar na área suborbital, a Orion Ast; para o setor do Perfilador, a CC Launcher; e para o aeroporto, a Virgin Orbit.

Devido a imprevistos e descontinuidade de operações de algumas empresas, um novo edital foi lançado em 2021, no qual nenhum projeto foi selecionado

“A gente tem hoje, concretamente, duas empresas com contratos assinados com a Força Aérea e uma empresa em processo de negociação, e dessas empresas com contratos assinados a gente tem uma com previsão de lançamento para o ano que vem”,

comemorou Cristiano.

O primeiro lançamento previsto a partir do CLA é o da empresa sul-coreana Innospace. Segundo Cristiano, está previsto um terceiro chamamento público, com novas oportunidades para empresas nacionais e estrangeiras operarem em Alcântara.

“As oportunidades para as empresas no CLA não se limitam exclusivamente a empresas que efetivamente estão operando na atividade de lançamentos”,

finalizou.

De acordo com Cristiano, quando a “máquina de lançamentos” começa a funcionar, ela movimenta todo um ecossistema de empresas, que passam a ter oportunidades a partir do centro espacial.

Em seguida foi a vez de Arthur Durigan Bahdur, Coordenador de Negócios da Innospace. Segundo ele, a ordem dos painéis do fórum foi muito apropriada, pois no painel anterior foi abordada a importância de investimentos na indústria espacial.

“A importância de se investir na indústria é porque ela tem velocidade, que é muito importante porque a tecnologia está sempre avançando, e se você não avança seus projetos junto, sua tecnologia fica obsoleta”,

afirmou.

Arthur comentou sobre o rápido crescimento e o modelo de negócios da Innospace:

“Nosso principal serviço é justamente ser o ‘Uber espacial’, ou seja, levar o satélite do solo até a órbita que ele deseja”.

Segundo Arthur, por trabalhar com lançadores pequenos e híbridos, a Innospace tem mais agilidade na operação e no processo de autorização de seus veículos, tornando os lançamentos mais rápidos e baratos.

“Nossa plataforma de lançamento que está em Alcantra é uma base móvel, toda desmontável e é possível de ser transportada para qualquer lugar”,

comentou.

Arthur concordou com Cristiano, que as atividades de lançamento trazem consigo um “arrasto tecnológico” enorme, com outras empresas da cadeia produtiva também se desenvolvendo.

“Agora nós temos um veículo lançando aqui do Brasil, então você não precisa levar seu satélite para o outro lado do mundo, você não precisa pagar um seguro de transporte desse satélite, você não precisa mandar sua equipe… Tudo pode ser feito aqui do Brasil”,

comemorou Arhur.

Quem finalizou o painel foi José Henrique de Siqueira Prado, Gerente de Aplicações e Processos da White Martins, que falou sobre o fornecimento de combustíveis e outros insumos para os lançadores.

José Henrique falou sobre o porte a expertise da empresa na área de gás, mas também no fornecimento de tanques e dutos.

“A gente tem condições tanto de fazer um suprimento eventual (de insumos) ou até mesmo montar uma base fixa com equipamentos e instalações que levem até o ponto de consumo”,

comentou José Henrique.

O mestre de cerimônias foi Ivan Carlos Soares de Oliveira, CEO da BTI Tecnologia & Inteligência, que conduziu as atividades nos dois dias do 4º Fórum SpaceBR Show.

As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espaço e aeronaves eVTOL.

A área de exposição, que cresceu 50% em metragem na comparação com 2023, reuniu 120 expositores que representaram mais de 200 marcas. Além disso, a programação com 25 atividades, entre cursos, seminários e fóruns, contou com 180 palestrantes de vários países, permitindo o compartilhamento de conhecimento e de experiências nesses mercados.

Edição 2025

A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

Acompanhe a evolução do evento, planta da feira e programação das atividades nos sites:


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Destaques do SpaceBR Show 2024: